SINTAXE... À VONTADE

O ordenamento das ideias contidas nos vocábulos, geralmente não se compatibiliza com as filigranas da racionalidade, que são expressas no cotidiano, em todas as vertentes do inter-relacionamento humano, seja de forma verbal, escrita ou por áudio visuais. Mesmo a sincera intenção de se exprimir, escapando dos desvios metafóricos, dos neologismos, das ênclises, das mesóclises, das sutilezas do sofisma e de quaisquer artifícios linguísticos, as deficiências intrínsecas e estruturais do nosso veículo de comunicação, a nossa linguagem, acaba permitindo a intromissão da hermenêutica, essa figura teimosa, inoportuna, arrogante, irreverente e maliciosa, impulsionando os pleonasmos, as obviedades, o fingimento e a astúcia, na subjacência de abstrações intangíveis, todos esses componentes, mergulhados nas regiões abissais, onde os políticos, os juristas e as religiões, se fartam, no banquete dos deuses (ou demônios). Enquanto isso, ao pé da escada, nos porões e no alojamento das máquinas, a plebe domesticada, se exprime por grunhidos ininteligíveis, vociferando entropias morfológicas, alucinógenas, andrógenas, misóginas, escatológicas, estapafúrdias e estroboscópicas. “Como dizia o grande sábio Jeca Tatu”: “Quod est inferius est sicut quod est superius; et quod est superius est sicut quod est inferius... Em resumo, “tutti quanti”.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 06/01/2019
Código do texto: T6544609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.