Entre compadres
Eram bons compadres naqueles anos 50. O primeiro havia viajado, e até morado na capital. O segundo vivera sempre na roça. Por ocasião duma visita do primeiro ao segundo, o visitado, maravilhado com ante as notícias do progresso, perguntou ao visitante:
- Ô cumpádi, eu iscuito esse negoço de telégrafo e fico pur intendê. O barui passa memo dentro dos fio? Cumé que é isso?
- É face de intendê, cumpádi. O telégrafo funciona como se fosse um cachorro bem cumprido, mais bem cumprido mêmo. Aí, ocê aperta o rabo do cachorro em Belorzonte, e lá no Rio de Janêro a boca do cachorro dá um latido...
- Que beleza, cumpádi, maravia mermo. Mais e esse negoço do telégrafo sem fio intão...?
- Ah, cumpádi, aí então é até mais face...basta ocê tirá o cachorro...