*Dia desses estava eu de bobeira numa padaria passando zóião por tudo quanto era coisa boa, guardadinha dentro das gondolas e do balcão.
Esperava a minha vez de ser atendido, o cheirinho era pra matar de fome, até que a moça (funcionária) grita:


-Próximo.......
Por educação cedi minha vez a uma senhora que havia chegado depois de mim.
Ela agradeceu a gentileza  com um sorriso (...disse que não tinha de quê a ela)  e a mocinha do balcão pede então que a senhora faça o seu pedido:


-Pronto, em que posso servir? 

A tal senhora com os dedos aponta para o que quer dizendo:

- Moça eu quero aquele pedaço de NEG......... (...e eu ainda com meu zóião arregalado e atento ao pedido)

A mulher pára em seco no que ia dizer e numa daquelas coisas que só brasileiro é capaz (malandragem pura), dá uma volta e tenta consertar o pedido, dizendo:

- Minha jovem eu quero um pedaço daquele

"AFRO-DESCENDENTE DO SEXO FEMININO QUE SOFRE DE UM TRANSTORNO OBSESSIVO  DE LUCIDEZ E PARECE TER UNS PARAFUSOS FROUXOS OU A MENOS,  NA CACHÓLA" !

Agora, é a mocinha da padaria  quem fica sem saber o que pensar e após uns segundinhos meio atônita diz a funcionaria:

-NEGA MALUCA? 
É isso que a senhora quer?


E a senhora olhando pra mim e pra minha pele (...eu, ainda com meu zóião esbugalhado) confirmava, desconfirmava:
-Sim! Não! Sim!..., diz a senhora!!

Então vi que tinha que intervir naquele negócio:

-Dei minha vez pra senhora, até confesso que "tô" com um pouquinho de pressa...
...porquê não disse logo que queria aquele
pedaço de NEGA MALUCA, minha senhora?