COMO TORNAR INESQUECIVEIS OS ANIVERSÁRIOS DE 1 ANINHO.

COMO TORNAR INESQUECIVEIS OS ANIVERSÁRIOS DE 1 ANINHO.

(Autor: Antonio Brás Constante)

Os aniversários de um aninho são verdadeiros acontecimentos sociais na vida dos pais. Muitos passam meses planejando cada detalhe do evento. Fazem convites, encomendam doces e salgados, contratam palhaços, enfeitam salões com balões coloridos. Não medindo esforços para comemorar aquela data com todos os itens que obrigatoriamente devem fazer parte dela. Agora imaginem se estes aniversários fossem elaborados pelos próprios e pequenos aniversariantes. Com certeza tudo acabaria sendo bem diferente. Começando pelo cardápio que seria um belo rodízio de mamadeiras, papinhas e mingau.

As conversas seriam uma sucessão de “gu-gu dá-dá”, ou uma sinfonia de choros e gargalhadas ao sabor do humor infantil. Algo bem ao estilo das crianças. No lugar do “parabéns pra você” seriam apenas batidas palmas, pois o divertido mesmo é ver todo mundo batendo as mãos de forma desajeitada, mais preocupado com a comida do que com a melodia da música.

Nada dessa história de roupinhas arrumadinhas e bem limpinhas, a primeira etapa da festa seria se sujar. Os jogos seriam o ponto forte da brincadeira, ou seja, jogar papinha nos titios, mingau nos primos, e mamadeira nos pais. Nunca esquecendo de fazer xixi nos enfeites da mesa, com a desculpa de que estava tentando apagar a vela do bolo.

Não haveria gente em pé conversando, pois todo mundo teria de passar o dia engatinhando. Os balões não serviriam de adorno para as paredes, mas seriam estourados ao ritmo das gargalhadas dos pequenos.

Os bebês teriam o direito de rabiscar com hidrocor, têmpera, nanquim ou qualquer outro tipo de tinta a cara daquelas “titias”, que sempre aparecem cheias de maquiagem e prontas para “carimbar” o rostinho dos pequenos com marcas de batom. Podendo enfim, retribuir os beliscões que vivem levando em suas bochechas com mordidas nas mãos de quem tentasse.

Ao invés de ficar fazendo carinhas bonitinhas para as obrigatórias fotos do álbum de lembranças, tiradas através daquelas detestáveis máquinas fotográficas. As crianças poderiam efetuar a destruição das referidas câmeras. Com muitas mordidas repletas de baba, para em seguida derrubá-las no chão e chutá-las para baixo da pia ou do fogão. Acabando de vez com aqueles aparelhos torturantes que escondem misteriosos e invisíveis passarinhos, que os pequenos não conseguem ver, pois cada vez que olham para eles, ficam momentaneamente cegos com aqueles terríveis flashes em seus indefesos olhos infantis.

No final haveria a confraternização dos bebês, com a troca de fraldas entre eles. Tudo com muita bagunça, muita gritaria e muita comidinha saindo pela boca e pelo nariz (escorrendo pelo queixo direto no tapete).

Enfim, se as festas de aniversário fossem feitas pelas crianças, o acontecimento não seria apenas uma lembrança para elas, mas principalmente, seria algo inesquecível para seus pais.

E-mail: abrasc@terra.com.br

(Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 09/09/2007
Código do texto: T645463