Das dificuldades de escrever uma piada
Uma anedota é bem mais fácil de compreender quando a contamos presencialmente, com todos os recursos sonoros e gestuais de que dispomos. Transportá-la para uma linguagem escrita é outra estória. Vejamos:
Um filho ajudava o pai na colocação de alguns quadros nas paredes da sala. Eram portugueses, com certeza. Em dado momento o pai percebeu que o rapaz colocara a cabeça do prego junto à parede e batia com o martelo em sua ponta. O pai foi até lá e, segurando o prego, transportou-o cuidadosamente até a parede que ficava em frente, enquanto dizia: - Por isso que os brasileiros nos chamam de burros. Você não está vendo que este prego é desta outra parede?
Não ficou muito claro, não é? Como dizer em poucas palavras, sem perder o que os humoristas chamam de “tempo da piada”, que ao conduzir o prego até a outra parede, teve o cuidado de não mudar sua posição, de modo que, quando chegou do outro lado, a ponta do prego é que encostou na parede? Ainda não ficou claro? Desisto.