O Livro de Picasso

Computador não é gente, não é humano: é máquina! E, por isso mesmo, não deveria escrever desvarios, mas o computador Picasso, os escreveu. Criado por Nostra Demus, um cientista meio louco que queria ser escritor, o computador escrevia disparates comparados aos cometidos por um doente mental ou a alguém que fez uso de muito álcool ou drogas. No romance de 213 páginas A mulher do outro, escrito pelo computador Picasso, o mocinho da história, Aderbal Leme, se fode do início ao fim da trama. Leva chifre, leva tiro, leva surra e ainda é desprezado pela mocinha no final da história. Já o vilão, Edis Catatau, se dá bem do início ao fim da história: seduz a mulher de Aderbal, Fátima Aleluia, bate em Aderbal, atira no bilau de Aderbal e, no final apoteótico do computador, se casa com a mocinha, enquanto o mocinho, Aderbal Leme é preso. Um romance que subverte todos os romances já escritos, em que os vilões se dão bem no início, mas quebram a cara no final para deleite do leitor tradicional deste gênero literário. Mas “a obra-prima” é do Picasso, o computador, que nem nome de escritor tem (Picasso era genial, mas era pintor) e, para inteligência artificial, a narrativa tem uma abordagem original e um final surpreendente, mas é um final que está longe, muito longe mesmo, de agradar aos leitores que têm o hábito de ler romances. Depois que Nostra Demus leu o romance canhestro que seu computador de última geração produziu, chegou a seguinte constatação: “puta que pariu, que bosta! Quem mandou eu programar o computador depois da festa orgiástica na casa do Paulinho? Só podia dar merda. E deu!”

FIM

Luciano RF
Enviado por Luciano RF em 18/08/2018
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