Aperto Noturno
As casas das regiões rurais não costumam conter sanitários no interior delas. Quando muito, constroem uma pequena palhoça nos quintais. Ali avida é dura para todos e o descanso da noite é sempre bem-vindo. Dona Maria já estava dormindo quando ouviu seu filho mais novo chama-la:
- Mãe! Eu quero ir lá fora!
Zezinho bebera muita água antes de deitar e agora estava “apertado”. Lá fora estava muito escuro e ele tinha medo de ir sozinho.
- Cala a boca, menino! Me deixa dormir. – Respondeu ela.
Passado algum tempo, Zezinho chamou novamente, desta vez com mais ênfase:
- Mãe! Eu PRECISO ir lá fora!
- Você cale essa boca senão eu vou aí com a chinela e esquento teu couro, ouviu?
Uns quinze minutos depois ela estranhou o silêncio e perguntou:
- Zezinho! Você já fez?
- Já, mãe! - Respondeu Zezinho.
- Onde? – Perguntou a mãe.
- Na rede. – Disse o menino.
- E onde você está dormindo? – Perguntou ela.
- Nos punhos da rede. – Respondeu Zezinho, já impaciente com tanta pergunta.