A minha Bunda (Humor)
Minha bunda já foi cantada em prosa e verso
fotografada, explorada, de um jeito bom, no aliso
bagunçada no sentido divertido, gostoso, no anverso
e já me arrancou muito gargalhar, prazer e riso
agora inventaram que uma banda é má e é taís
- só pra arrebentar com a boca -
e, se numa banda tem a paula, aquela infeliz
do outro tem essa doida, gostosuda e louca
gargalhando agradeço com as duas bandas a farra
amei a brincadeira e ainda entro numas de alegria
mudaram até meu nome pra QuiteriaÍS, na marra
e pediram pra eu rebolar mais a minha alegoria...
[Mataram a Taís, mas a bunda...]
"... Lá vai a bunda passeando pela feira, vai conduzindo Raimunda orgulhosa
Lá vai Raimunda rebolando a brasileira, lá vai Raimunda que coisa maravilhosa..."
A bunda, que engraçada
(Carlos Drumond de Andrade)
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda
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