Reclamação Banco XY
Na época em que tudo aconteceu, o relato abaixo foi enviado ao banco sob ameaça de colocá-lo em um site de reclamação ou coisa que o equivalha. Imediatamente, para felicidade de todos, tudo foi resolvido! Por questão ética, achei melhor não mencionar o nome do banco, somente o fato.
Um dia, há três anos, eu estava precisando de dinheiro para concretizar um negócio. De repente, toca o telefone, eu atendo, do outro lado da linha, uma voz agradável me diz:
– Sou do Banco XY e minha ligação é para lhe propor um empréstimo com taxa especial!
A pessoa me expôs tudo de maneira cortês, amigável etc. Que maravilha! Eu me senti no céu e aproveitei para agradecer a Deus por ter resolvido o meu problema financeiro. Eu não sabia, mas aquilo não era coisa de Deus, e sim coisa do Capeta... Dia infeliz na minha vida. Já pensou, fazer negócio com o Capeta? E eu fiz. O bicho, transfigurado em Banco XY, é ruim, mas bem dissimulado, e passou-me a imagem do mais puro dos cordeiros. Eu devia ter consultado meu Anjo da Guarda, pois, com certeza, ele teria me alertado, mas nessa hora, sabe como é, a gente fica afoito, querendo resolver o problema de maneira rápida, e foi aí que o Capeta me pegou. Quando dei por mim, já estava enrolado e dependente do bicho. Eu não sabia, ele sempre se apresentava como Banco XY, muito amável, amigável, atencioso, pronto para colocar mais dinheiro em minha vida. Eu pensava: “É coisa de Deus! Ele aparece sempre no momento certo, na hora certa”. O bicho foi tomando conta da minha vida e eu fui ficando cada vez mais atolado. Até que um dia me veio uma luz, acho que foi meu Anjo da Guarda. Recebi uma indenização da última empresa que trabalhei, a grana estava na poupança, rendendo pouco. Resolvi quitar meu empréstimo. Ainda não sabia de nada e fui até o bicho, transfigurado, como já disse acima, em Banco XY. Foram idas e vindas, quatro vezes enviaram boletos de pagamentos já vencidos, enfim, transtornos e mais transtornos. Já faz sessenta dias e eu ainda não consegui quitar minha dívida, pois o Capeta não deixa. Hoje, sei perfeitamente que estou lidando com o mais legítimo dos Capetas, cujo nome é Banco XY. Dizem os entendidos “na arte da capetaria” que o nome correto dessa espécie é Capeta Mamador. Eles adoram tetas, são insaciáveis: quando as conseguem, cuidam como se fossem verdadeiros machos dominantes, zelando para não perder nenhuma de suas fêmeas – no caso, nenhuma de suas tetas –, grudam e não largam nem com reza braba. Aprendi que, para nos livrarmos da maldição, devemos repetir várias vezes ao dia: Sai Capeta Mamador, larga a minha teta, você já mamou bastante, deixe-me seguir meu caminho.
Meu amigo, minha amiga, pense bem, não caia nessa arapuca do Capeta. Existem, no mercado, vários bancos que têm total respeito ao consumidor. Lugar de Capeta, de qualquer espécie, é nos quintos dos infernos (será?), não na terra, transfigurado em Banco XY, atazanando a minha vida e, certamente, de muitos dos seus clientes.
Um dia, há três anos, eu estava precisando de dinheiro para concretizar um negócio. De repente, toca o telefone, eu atendo, do outro lado da linha, uma voz agradável me diz:
– Sou do Banco XY e minha ligação é para lhe propor um empréstimo com taxa especial!
A pessoa me expôs tudo de maneira cortês, amigável etc. Que maravilha! Eu me senti no céu e aproveitei para agradecer a Deus por ter resolvido o meu problema financeiro. Eu não sabia, mas aquilo não era coisa de Deus, e sim coisa do Capeta... Dia infeliz na minha vida. Já pensou, fazer negócio com o Capeta? E eu fiz. O bicho, transfigurado em Banco XY, é ruim, mas bem dissimulado, e passou-me a imagem do mais puro dos cordeiros. Eu devia ter consultado meu Anjo da Guarda, pois, com certeza, ele teria me alertado, mas nessa hora, sabe como é, a gente fica afoito, querendo resolver o problema de maneira rápida, e foi aí que o Capeta me pegou. Quando dei por mim, já estava enrolado e dependente do bicho. Eu não sabia, ele sempre se apresentava como Banco XY, muito amável, amigável, atencioso, pronto para colocar mais dinheiro em minha vida. Eu pensava: “É coisa de Deus! Ele aparece sempre no momento certo, na hora certa”. O bicho foi tomando conta da minha vida e eu fui ficando cada vez mais atolado. Até que um dia me veio uma luz, acho que foi meu Anjo da Guarda. Recebi uma indenização da última empresa que trabalhei, a grana estava na poupança, rendendo pouco. Resolvi quitar meu empréstimo. Ainda não sabia de nada e fui até o bicho, transfigurado, como já disse acima, em Banco XY. Foram idas e vindas, quatro vezes enviaram boletos de pagamentos já vencidos, enfim, transtornos e mais transtornos. Já faz sessenta dias e eu ainda não consegui quitar minha dívida, pois o Capeta não deixa. Hoje, sei perfeitamente que estou lidando com o mais legítimo dos Capetas, cujo nome é Banco XY. Dizem os entendidos “na arte da capetaria” que o nome correto dessa espécie é Capeta Mamador. Eles adoram tetas, são insaciáveis: quando as conseguem, cuidam como se fossem verdadeiros machos dominantes, zelando para não perder nenhuma de suas fêmeas – no caso, nenhuma de suas tetas –, grudam e não largam nem com reza braba. Aprendi que, para nos livrarmos da maldição, devemos repetir várias vezes ao dia: Sai Capeta Mamador, larga a minha teta, você já mamou bastante, deixe-me seguir meu caminho.
Meu amigo, minha amiga, pense bem, não caia nessa arapuca do Capeta. Existem, no mercado, vários bancos que têm total respeito ao consumidor. Lugar de Capeta, de qualquer espécie, é nos quintos dos infernos (será?), não na terra, transfigurado em Banco XY, atazanando a minha vida e, certamente, de muitos dos seus clientes.