PEDINDO À VIDA... MAS RECEBENDO DA MORTE
Pedi à Vida...
Ah, só Deus sabe como eu a pedi:
O desejo de morar num silencioso lar!
A lembrar-se um fechado, mas espaçoso condomínio
Porém, os seus ouvidos - da Vida - a estarem surdos ao meu querer...
Que pena!
E, portanto ela tal graça... não me deu
Todavia eis que me surpreende então aquela a que tanto não crera
E, por isso não a amava:
A Morte
Ah, a tão temível e odiada Morte!
E destarte, ao que a Vida, pois me negou
(a quietude de um lar entre moradias de igual natureza)
A Morte então me concedeu:
Na garantia de que depois de meu sofrer neste confuso e caótico exílio
Morarei finalmente ali... num sossegado e espaçoso cemitério
Bendita seja então... a Morte
Pela graça que ela então me ofertou
E assim, com paciência... por ela esperarei