Por tempos me xingaram pela inocente mania de fazer piada de português. OK, para manter a boa paz, não faço mais piada de português. Mas acho que de japonês não tem problema, daí vai uma:

Um jovem casal de japoneses, ele chamado Manél e ela chamada M'ria, eram noivos e decidiram ir à praia, em Vila Nova das Milfontes que, devido a uma ameaça de Tsunami, estava deserta. Eram oriundos do interior de uma província rural do Japão chamada Alentejo, que unia grande progresso material a uma moral bastante conservadora. Uma das maiores expressões disso era que as noivas casavam virgens. E é aí que a porca torce o rabo.

Sendo ambos filhos de famílias bem aquinhoadas, o jovem Manél-san, em reconhecimento por suas ótimas notas na Faculdade de Vinicultura (à boca pequena já era considerado o novo rei do Vinho do Puorto, tradicional bebida japonesa) foi enviado em viagem de férias aos EUA onde, na companhia de seu primo Juequim-san (dono de uma padaria pastelaria em Los Angeles), se esbaldou nos puteiros de lá. Logo de saída apanhou uma DST, para raiva e espanto do primo que, temeroso de qualquer repercussão negativa sobre a comunidade japonesa de L.A., reclamou:

- Mas pá, Manél-san, nunca ouviste falaire de camisola de vénus?

- Claro que sim, pá, tanto que usei o tempo todo, só a tirava para mijaire e para fudeire, ó raios!

Tendo esticado sua estada na América até estar curado, retornou ao Japão. Saudoso, decepcionou-se ao saber que sua querida M'ria passaria alguns meses na capital do país dos samurais, Lisboa-san, para fazer um curso avançado de técnicas domésticas, que incluíam o esmerado preparo de pratos tradicionais da cultura japonesa, como os tremoços e a bacalhoada. 

Só que, na companhia de sua prima, também chamada M'ria (para quem não sabe, nome tradicional japonês), "caiu na noite" onde, além dos japoneses lisboetas-san, fez contatos bem imediatos com imigrantes, como os coreanos, com seus olhos claros e sempre bêbados, e os chineses, com seus sambas e gingados. Não apanhou nenhuma DST mas sua virgindade ficou perdida por lá.

E temos então o problema: na praia e já perto do casamento, a tímida M'ria procurava um jeito de contar a Manél que não era mais virgem sem que ele a denunciasse ao monge do templo budista, padre Salazar, e desfizesse o casamento. Teve então uma ideia e, sem pensar duas vezes, lançou-se ao mar meio revolto e, após várias braçadas, retirou a peça de baixo do bikini, lançou-a longe e começou a gritaire:

- Manél, Manél, me acudas que cá estou a me afugaire, pá!

Valentemente ele lançou-se ao maire e a resgatou. Chegando à beira com a noiva em seus braços, quedou-se estupefato:

- Ó M'ria, perdeste as cuecas (calcinha em japonês)?

Ela, chorando abundantemente, respondeu:

- E não foi só isso, adurado, perdi tumbáim meu c'baço, ai que desgraça me está a aconteceire! - e aumentou o volume do berreiro.

Atônito, Manél lançou-se ao mar para procurar o c'baço e, se possível, as cuecas da noiva. Após tentaire e tentaire, retornou exausto à praia:

- Ó raios, M'ria, que nada encontrei!

Ela redobrou a choradeira e o acusou de causar-lhe a perda do precioso c'baço, por não o ter encontrado: ele era o homem e portanto responsável por cousas assim! Manél:

- Mas estás antãum a me dizeire que num tens mais c'baço?

- Sim, e por tua culpa!

Manél pensou um pouco, abriu um largo sorriso e disse:

- Oras, se já num tens mais c'baço e estás mesmo sem as cuecas, vamos é daire uma queca, ó pá!



Viveram felizes para sempre... 


 

TÚLIO OZONE
Enviado por TÚLIO OZONE em 16/05/2018
Reeditado em 28/01/2023
Código do texto: T6338225
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