Gira mundo, mundo gira
Acordei com a sensação de que tudo girava ao meu redor. Nada demais, talvez um pouco de labirintite, coisa normal em quem já presenciou a terra girar sobre si mesma quase trinta mil vezes, nestes oitenta e um anos de existência.
É interessante pensar como as rotações estão presentes em nossa vida. Os jovens certamente não irão entender, mas em outros tempos ouvíamos música em discos de 78 rpm (rotações por minuto), depois em 45, chegando a 33,4 rpm com a chegada dos LPs (long plays). Depois vieram os CDs, DVDs, Blue Rays (este último não emplacou e saiu logo do mercado), e, finalmente, os pendrives, que encerraram a era dos rotativos.
Neste mundo quase tudo gira, da lentidão das rodas dos velhos carros de boi à extrema velocidade dos pneus dos carros de Fórmula 1, não esquecendo da roda-gigante e dos novos geradores de energia eólia. Aliás, se não fosse a rotação não existiria nada, nem Terra, nem Sol, nem nebulosas nem universo, uma vez que lá tudo gira, em perpétuo equilíbrio, cada um no seu quadrado, digo, no seu espaço, com a perfeição de um relógio suíço.
Ainda bem que no espaço o que mais tem é espaço.
Não, não bebi. É apenas labirintite, mesmo.