UMA VEZ NA VIDA NÃO FAZ MAL NÃO
Certa vez Juraci, que trabalhava como doméstica em uma residência da capital, encontrava-se de folga, e foi passar uns dias em sua casa no interior.
Cinara, a filha mais velha da patroa de Juraci, tinha acabado de fazer amizade com Lúcia, uma moça muito tímida das redondezas, e queria estreitar os laços de amizade, com o intuito de se aproximar do irmão de Lúcia, o jovem Heitor, um rapaz muito atraente e cobiçado pelas jovens solteiras da região, mas, que nem olhava para a doce Cinara.
Como Cinara se dava muito bem com Juraci, falou com a mãe, e pediu para ir passar uns dias na casa de Juraci, pois ouvirá falar que lá tinha um belo riacho para tomar banho, muitas frutas e lugares bonitos para conhecer no referido interior.
Cinara tanto insistiu com a mãe no assunto, principalmente alegando que estava de férias, e suas notas escolares tinha sido excepcionais, que acabou por convencer a mesma, porém, com uma condição, que levasse a irmã Sílvia junto com elas.
Cinara entrou em contato com Juraci, e ficou tudo acertado.
Lá chegando, elas foram conhecer a cidadezinha local, a praça, o mercado, a igreja, dentre outras coisas simples do lugarejo.
Depois foram tomar banho de cachoeira, e enfim, chegaram cansadas de tanta movimentação na casa de Juraci, que as recebeu com muito carinho, e se empenhou em fazer um banquete para tentar fazer bonito em frente as filhas da patroa.
As três meninas se empaturraram. Tinha frango assado, farofa, macaxeira cozida, milho verde, baião de dois e muitas outras gulodices.
Ao final, quando terminaram tudo, e depois ainda da sobremesa, que foi um belo bolo de coco, Cinara e Lúcia agradeceram por tudo.
E Juraci feliz, disse: - Ainda bem que gostaram. Fiz o que pude para poder se agradarem da comida, já que estão acostumadas ao comer do bom e do melhor na sua casa. Desculpa ser tudo tão simples.
Cinara e Lúcia sorriram, no entanto, a antipática Sílvia, olhou para a pobre mulher e disse: “Tem nada não. Uma vez na vida não faz mal não”.
Juraci ficou chocada, quase chora, e Cinara e Lúcia sentiram-se muito envergonhada pela palavras cruéis de Sílvia.