O VENDEDOR DE CARANGUEJO DENTRO DO ÔNIBUS.
Até o vendedor de caranguejo entrou quando o motorista do ônibus abriu a porta traseira.
-Bota o ônibus para correr, motorista. - gritou um gaiato.
No conselho do malando o profissional do volante deu aquela espetacular arrancada que foi repreendida por uma senhora:
-Devagar motorista. O senhor está transportando seres humanos.
-Bota o ônibus para correr, motorista.
-Devagar!
O chofer olhou para trás e salientou para a senhora:
-Estou atrasado...
-O senhor não está carregando lenha.
-Eu tenho horário para chegar até o destino. O fiscal da empresa está doido para cortar meu salário, caso eu chegue atrasado.
-O senhor não tem medo do guarda de trânsito.
-Tenho mais medo do fiscal da firma.
-O senhor não tem amor a vida?
-Tenho mas...
-Bota o ônibus para correr, motorista.
-Devagar...
De repente, o chofer pára o ônibus no ponto para transportar mais pessoas.
-Motorista, você não está notando que o transporte já está superlotado.-berrou uma mulher incomodada com a grande quantidade de passageiro.
-Estou, mas é a norma da empresa.
-Você não tem medo de ser multado por excesso de passageiro.
-Tenho mais medo de ser desempregado. Tenho que dar lucro a empresa. Moça, estamos no mundo capitalista.
-Coloca o transporte para andar, amigo!
Incentivado pelo malandro e também pelo horário que tem de cumprir, o condutor do ônibus meteu o pé.
-Devagar, que tenho problema de pressão alta.- metralhou outra mulher.
-Meta o pé que eu bato ponto na firma- gritou outro passageiro agoniado.
-É hoje!- desabafou o comandante do volante.
Para infernizar mais o ambiente o ambiente uma mulher disparou:
-Socorro! Socorro! tem alguma coisa coisa mordendo minha perna esquerda!
-Quem será?- questionou o motorista encabulado.
-Não sei!
O malandro para ver o circo pegar fogo atiçou:
-Deve ser um TARADO!
A palavra tarado não soou bem naquele recinto.
-Vamos linchá-lo! - Ordenou um falso moralista presente.
-Cadê ele? Aponte o cabra imoral!
-Quando ele morder novamente eu aponto.
-Meta o pé que eu bato ponto na firma.
-Eu também tenho horário para cumprir, mas tenho que descobrir o tal tarado.
Pelo amor de Deus, vamos embora!
Socorro! Socorro! estou sendo mordida novamente.
-Que sufoco !- falou o condutor já parando o ônibus.
-Quem é o sujeito que está mordendo a perna da mulher!
Todos calados.
Quem é o sujeito que está mordendo a perna da mulher!
Todos calados.
O motorista vai até a moça e quando olhou para o piso vê alguns caranguejos soltos das cordas do vendedor passeando.
-Foi o caranguejo!
Um rábula se meteu na confusão:
-É proibido vender caranguejo dentro do ônibus.
-Eu não estou vendendo, senhor. - salientou humildemente o vendedor.
E acrescentou:
-Eu estou levando para o mercado e lá vou vender minha mercadoria.
-É proibido também levar animais dentro do Ônibus.
-Tenho uma família grande para sustentar!
Olhando para o chofer, o rábula metralhou:
-E a culpa é sua que deixou ele entrar.
-Eu???
-Sim senhor!
-Eu não vi.
-Agora o senhor vai ter que mandar ele descer.
-EU NÃO DESÇO!!!- berrou o vendedor de caranguejo.
-O senhor vai ter que descer.- apelou o condutor.
-EU NÃO DESÇO!!!
Os passageiros estavam divididos:
-Ele tem que descer!
-Não desce!
-Desce!
-Não desce!
Lá no fundo do ônibus apareceu uma voz solucionadora:
-Motorista, leva o caso para delegacia!
Na delegacia, o experiente delegado resolveu o caso de forma simples rápida. Mandou chamar os policiais e salientou:
-Vamos comprar todas as cordas do caranguejo do coitado e à noite vamos saboreá-los com cerveja.
Ainda teve um passageiro que queria falar sobre a velocidade do ônibus, mas a autoridade cortou logo o diálogo:
-O problema do caranguejo foi resolvido.
Olhando com a cara feia para o reclamador da velocidade metralhou:
-Estão todos liberados!!!