O INFERNO, SEGUNDO SEU EX DONO.
Autor: JR Gilmour
Por séculos, este lugar foi palco de castigos e torturas e quem mandava aqui era EU. Ah era tão agradável receber aqueles que na terra usaram máscaras e hipocrisias acreditando que um dia eu não fosse reconhecê-los e ansiosamente aguardá-los....(desculpe a pausa, fui trocar a fita da máquina de datilografar), continuando, Apesar de tudo, aqui era o lugar de modernas torturas e a cada ano existia um crescimento do PIB infernal, havia evolução, tecnologia, enfim, fogo era o que não faltava. Até que chegou o ano de 2038 e mandaram pra cá uma turma que já na chegada iniciaram um tumulto. Foi preciso intervenção dos Anjos do além, o meu Batalhão de choque, que mesmo aplicando bombas de efeito moral de enxofre nível 5, não conseguiram deter a fúria dos novos moradores. Tive então de intervir e interroga-los cada um. Na verdade eram muitos e nenhum deles, mesmo sabendo do calor infernal que faz aqui, deixaram de vir com ternos caríssimos. O primeiro que eu tentei conversar era um Homem barbudo com um litro de cachaça na mão e gritava aos “quatro fogos” (aqui não tem vento), que não sabia de nada e não sabia o motivo que foi levado ao inferno. Dizia que foi a elite que armou para ele e que o sistema naquele inferno ia mudar a partir daquele dia, pois os habitantes daquele lugar que ele os denominou “companheiros” precisavam de um líder considerado o “homem mais honesto do mundo”, como o diabo é considerado o pai da mentira, já comecei a tremer de medo, pois jamais ouvi uma mentira “tão sincera”.
A agitação desse homem foi tão avassaladora e seu poder de mentir foi tão absurda, que ele conseguiu arregimentar toda massa dos condenados para o fogo eterno, de cara criando o MSF (movimento dos sem fogo) e rapidamente demarcando território, invadindo áreas nobres e criando ministérios empregando quase toda população infernal. O Estado tomou conta de tudo e ninguém nada podia dizer ou fazer sem ordem dele. Lançou um programa chamado fome zero, sem necessidade pois aqui ninguém come, também um outro programa chamado Bolsa Paraíso, prometendo o céu para quem fosse fiel ao partido. Construiu a InfernoBras com o propósito de produzir mais fogo, também um programa denominado PréFogo e máquinas para estocar vento. Na verdade foi tão rápido os gastos com os recursos que eu levei milhões de anos para roubar, fazer caixa e manter o inferno e ele em tão pouco tempo acabou com a economia do Inferno. Pra dizer a verdade, e dessa vez vou ter que dizer a verdade, ele e seus assessores construíram alguns palácios estilo tríplex e alguns sítios para passarem as férias. Tudo de moderno que o inferno tinha, como sistema infernática, internet, ciência e tecnologia a serviço do mal, economia livre, tudo foi por fogo abaixo.
O barbudo destruiu o meu tridente e determinou novo símbolo para o poder eterno: Uma garrafa de cachaça em um fundo vermelho. Para resumir, estou preso neste momento em um quartinho de dois por dois sendo castigado com um ventilador (castigo terrível) e 24 horas de músicas de chico, caetano, Pablo Vittar e sertanejo Universitário. Estou escrevendo em uma máquina de escrever modelo 1925, segundo o novo Rei, um dos equipamentos mais modernos que eles podem oferecer aqui além de carros 1959 e um vale lenha para acender um foguinho. A pergunta que eu faço nesta humilde carta: ONDE FOI QUE EU ERREI?
A agitação desse homem foi tão avassaladora e seu poder de mentir foi tão absurda, que ele conseguiu arregimentar toda massa dos condenados para o fogo eterno, de cara criando o MSF (movimento dos sem fogo) e rapidamente demarcando território, invadindo áreas nobres e criando ministérios empregando quase toda população infernal. O Estado tomou conta de tudo e ninguém nada podia dizer ou fazer sem ordem dele. Lançou um programa chamado fome zero, sem necessidade pois aqui ninguém come, também um outro programa chamado Bolsa Paraíso, prometendo o céu para quem fosse fiel ao partido. Construiu a InfernoBras com o propósito de produzir mais fogo, também um programa denominado PréFogo e máquinas para estocar vento. Na verdade foi tão rápido os gastos com os recursos que eu levei milhões de anos para roubar, fazer caixa e manter o inferno e ele em tão pouco tempo acabou com a economia do Inferno. Pra dizer a verdade, e dessa vez vou ter que dizer a verdade, ele e seus assessores construíram alguns palácios estilo tríplex e alguns sítios para passarem as férias. Tudo de moderno que o inferno tinha, como sistema infernática, internet, ciência e tecnologia a serviço do mal, economia livre, tudo foi por fogo abaixo.
O barbudo destruiu o meu tridente e determinou novo símbolo para o poder eterno: Uma garrafa de cachaça em um fundo vermelho. Para resumir, estou preso neste momento em um quartinho de dois por dois sendo castigado com um ventilador (castigo terrível) e 24 horas de músicas de chico, caetano, Pablo Vittar e sertanejo Universitário. Estou escrevendo em uma máquina de escrever modelo 1925, segundo o novo Rei, um dos equipamentos mais modernos que eles podem oferecer aqui além de carros 1959 e um vale lenha para acender um foguinho. A pergunta que eu faço nesta humilde carta: ONDE FOI QUE EU ERREI?
Autor: JR Gilmour