PERIPÉCIAS DE UMA MÃE!!

01 – PERSEGUIÇÃO NO SUPERMERCADO

Minha mãe Luana, e mais duas amigas Tiara e Neyara resolveram passar o feriadão com as famílias, numa casa de praia que haviam conseguido, só que já era tarde da noite, o supermercado já ia fechar, e elas ainda tinham que comprar as comidas e bebidas para levar. Mas, mesmo assim, resolveram arriscar.

Correram ao supermercado, e enquanto Luana e Tiara empurravam um carrinho juntas, passando correndo pelas prateleiras para não perderem tempo, Neyara estava na parte dos frios, pegando logo o que tinha de ser pesado.

Enquanto as duas abasteciam o carrinho, Tiara achou algo estranho, e olhando para Luana, falou: - Amiga, acho que aquela mulher está me seguindo.

E Luana olhou para trás, e viu a mulher vindo em direção a elas. Tiara disse: Acho que ela quer me pegar, deve ser louca.

Luana: - Então, vamos aumentar os passos.

E as duas começaram quase que a correr. Mas, toda vez que olhavam para trás a mulher ainda estava atrás delas, fazendo gestos e aumentando também a velocidade dos passos. E desesperadas, elas começaram a correr e a correr por dentro do supermercado, até que que olharam para trás e não viram mais a mulher. E pararam, já quase sem ar. E Tiara disse: -Pronto, acho que conseguimos nos livrar da louca.

E foi quando do nada, a mulher surgiu na frente delas, segurando o carrinho. E as duas gritaram, e Luana perguntou: - Afinal, o que a senhora quer com a gente?

E a mulher quase colocando os bofes para fora responde: - Com vocês não quero nada. Eu quero é meu carrinho, que o supermercado já está fechando e vocês pegaram ele com todas as minhas compras.

E as duas se entreolharam envergonhadas.

02 – LUANA E O BANDIDO

Luana e sua cunhada Jacira saíram para fazer as compras de natal, Luana sempre andando agoniada como sempre, com suas sacolas na mão, e Jacira, com o seu jeito tímido e meu lento tentava acompanhar a cunhada ligeira.

Foi aí que Luana escutou Jacira gritar, o ladrão. E olhando para a cunhada que estava logo atrás dela, viu que um homem de chapéu preto e casaco, cheio de sacolas, havia jogado o casaco por cima das sacolas de Jacira, levando com maestria.

Luana, mais do que ligeira, correu para cima do ladrão, lhe tomando tudo. E o homem tomou um susto tão grande com aquela louca pulando em cima dele e gritando, que saiu correndo.

Elas então, pegaram tudo e foram para casa. E lá chegando, notaram que além das sacolar de Jacira, Luana pegara outras várias sacolas, e as crianças se divertiram, afinal, elas tinham trazido muitos presentes.

03 – VÃO PARA ONDE?

Luana, Tiara e Neyara saíram do clube naquele sábado à tarde, vestidas com seus maiôs, e com seus chapéus de palha, óculos escuros, saídas de banho e bolsas de palha, pegaram o táxi que estava estacionado logo em frente.

Neyara sentou-se no banco da frente do passageiro, e logo colocou o braço ao redor do motorista. As outras duas entraram atrás, e elas não paravam de rir e contar histórias sem parar.

O táxi saiu, e elas continuaram rindo e conversando, ignorando o motorista.

Lá pelas tantas, Tiara olhou para Luana, e disse baixinho: - Amiga, olha aonde esse carro está! Acho que esse homem está nos sequestrando.

E Luana agoniada e nervosa, gritou logo com o motorista: - Meu senhor!! O senhor está nos sequestrando? Sabe quem sou eu?

E o homem nervoso, e meio que desesperado, olhou para ela e disse: - Lógico que não estou sequestrando, vocês que são umas loucas. Entraram no meu carro, e não disseram para onde iam, e até agora estou em linha reta, sem saber para onde querem ir.

As três se entreolharam e começaram a rir.

04 – EU TENHO UM IGUAL DENTRO DO CARRO

Luana saiu para comprar peixe na praia, em seu fusquinha, juntamente com seus quatro filhos: Luís e Paulo (gêmeos), Cinara e Josiel; com a filha da empregada, que se chamava Eunice, e sua vizinha Marilza, que sempre lhe acompanhava.

Lá chegando, desceram para ver os peixes, e enquanto falavam com os pescadores e pediam abatimento, bem típico de Luana, as crianças corriam de um lado para o outro.

Luana escolheu o peixe, e chamou todos para o carro, e partiu para casa.

Lá pelas tantas, Cinara falou: - Mãe, o Luís não veio, ficou nos peixes.

E nem Luana e nem Marilza levaram a sério. E Luana dizia: - Deixa de brincadeira menina, ele está escondido aí no bagageiro.

O bagageiro era o lugar que as crianças adoravam andar porque parecia um esconderijo.

Mas, as crianças insistiam que não, que ele realmente havia ficado. Vendo então, que as crianças pareciam realmente está falando sério, ela parou e olho no bagageiro, e realmente o garoto não estava lá.

Sendo assim, ela se desesperou e voltou ligeiro para o local de venda de peixes. E lá chegando, desceu esbaforrida do carro, junto com Marilza, e disse para o resto das crianças não descerem, ficarem no carro.

E chegando lá, ela logo avistou aquele menino branco e louro em cima da bancada de um dos pescadores, era Luís, e ela logo disse: - Graças a Deus!! Meu filho.

E o pescador, dando uma de sabido, se adiantou logo e respondeu: - Não senhora. Esse é meu filho.

E Luana arregalando os olhos disse: - Lógico que não. Esse menino é meu.

E o pescador: - E como a senhora pode provar? - falou ele querendo dá uma de sabido. E Luís com seus poucos mais de dois anos, apenas prestava atenção na conversa, curioso. Olhando para um e para o outro.

Ao que Luana respondeu sem pestanejar: - É meu, porque tenho outro igualzinho lá dentro do carro.

Sendo assim, o pescador não teve mais argumentos, e só entregou a criança.

05 – A CARROÇA

Meus pais na época da faculdade fizeram uma excursão de ônibus para a Argentina. Na cidade de Buenos Aires, a minha mãe viu uma linda carroça com o assento tipo poltrona, toda de couro, vermelha, e com um cavalo malhado branco e preto, todo peludo, com os olhos de vidro e muito bonito, quase real. A cadeirinha era presa no cavalo por hastes de metal azul. Uma roda ia na frente do cavalo e na poltrona duas rodas maiores, uma de cada lado, e embaixo da cadeira, os pedais para fazer a carroça andar.

Era um dos brinquedos mais belos que os meus pais já tinham visto, e eles não pensaram duas vezes, e compraram a mesma para levar no porta mala dos ônibus, imaginando o quanto eu iria me apaixonar, pois era um presente de princesa.

No entanto, quando foram passar a fronteira, que um dos fiscais viu a carroça, penso eu que ele se apaixonou por ela, pois na certa também deveria ter uma filha pequena em casa. O fato, é que ele disse aos meus pais, que a carroça não poderia entrar no Brasil, que ficaria lá na Argentina. Meus pais inconformados, insistiram no assunto, mas o homem não queria voltar atrás.

Foi então, que minha mãe, raciocinando como tal, pensou, e perguntou: Quer dizer, que desse lado, a carroça é minha, posso fazer o que quiser com ela. No entanto, ela não pode entrar no Brasil.

Exato, respondeu o homem grosseiramente.

Minha mãe, fez aquela cara de pensativa, e disse: Certo, então quero um machado.

O homem arregalou os olhos para ela, assim, como os outros que encontravam-se próximos. E disse: Não entendi senhora!

E ela falou novamente, de forma bem séria: O senhor disse que desse lado, a carroça é minha, e que posso fazer o que quiser, então, já que não posso levá-la para a minha filha no Brasil, vou destruí-la aqui. Para isso, só preciso de um machado. Se ela não vai comigo, também não vai ficar inteira.

O homem ficou tão horrorizado e chocado, que vendo que minha mãe realmente era capaz de cometer tal ato, desistiu de segurar a carroça, e deixou que a mesma entrasse no Brasil.

Aquela carroça, foi o presente mais maravilhoso que ganhei na minha infância. Cheguei até a desfilar no desfile de 7 de Setembro de um colégio na rua em que eu morava, pois era tão maravilhosa, que eles pediram que eu fosse bem na frente com ela, abrindo o desfile. Nunca esquecerei a minha linda carroça.

06 – SÓ PARA SABER SE NÃO QUERIA UM COPO DE LEITE COM CHOCOLATE

No início da minha juventude, eu sonhava em ir para festas como todo pré-adolescente, mas meu pai tinha umas regras básicas, tipo: não pode dormir na casa de ninguém. Não frequentar festas, quando ainda se é muito novo.

Então, como ir para uma festa sem o meu pai saber. Dúvida cruel. Porém, tive uma ideia, a qual coloquei em prática mais do que ligeiro. Disse para a minha mãe que a mãe de uma amiga minha tinha viajado, e minha amiga não queria dormir só, e que tinha pedido para eu ir dormir lá, só desta vez. Usei todo o meu charme dramático, e a festa era próxima a casa de minha amiga, aonde eu dormiria depois da festa.

Sendo assim, sendo uma amiga de longas datas, minha mãe acabou convencendo meu pai, e eu fui. Chegando na casa da minha amiga, nós nos arrumamos e fomos para a festa, a minha primeira, acho eu.

Estava eu então, super alegre, naquela festa, numa cobertura de apartamento, eu deveria ter uns 13 ou 14 anos, e já estava levando uma paquerada de um gatinho que tinha lá. Tudo estava as mil maravilhas, eu em altos papos com o rapaz, quando chega do meu lado, um dos meus irmãos. Tomei um susto quando eu o vi lá. E ele logo disse: Papai está te esperando no carro lá embaixo, disse para você ir agora, senão ele sobe.

Eu super chocada e envergonhada, pedi desculpas ao rapaz, e desci mais do que ligeiro. Entrei no carro, meu pai não disse uma palavra. Ele nunca dizia, só arregalava aqueles olhos. E me levou para casa. Quando cheguei lá, entrei sem entender o que tinha acontecido, e dei de cara com a minha mãe, que disse: Olha, é que eu fui ligar para a casa da tua amiga, para saber se você não queria tomar um leite com chocolate antes de dormir, aí a mãe dela atendeu, e disse que você tinha ido para uma festa.

Eu olhei para a minha mãe, com muita raiva. Minha primeira festa havia ido por água a baixo, graças ao telefonema dela. Sem dizer nada, eu fui para o meu quarto, quase explodindo de raiva. E só ouvi ela dizer: E o leite com chocolate? Não quer?

07- ADVINHA QUEM ESTÁ NO TÁXI?

Minha mãe sempre teve um jeito único de dirigir. Certa vez, ela estava com pressa de ir a determinado local, pois tinha hora para chegar lá. Diante dos fatos, ela perdeu um pouco a atenção, e a consequência é que ela bateu de cheio em um táxi. A batida, até que não foi grande coisa, pois ambos os automóveis amassaram muito pouco.

No entanto, o motorista do táxi, saiu feito um louco gritando em direção da minha mãe.

Ele dizia: Minha senhora, veja o que fez! A minha passageira tomou um susto tão grande que está passando mal dentro do carro. E se a mulher morrer?

Minha mãe, com aquele jeitinho dela, desceu do carro, já dizendo, se acalme meu senhor, vai dar tudo certo. Deixa eu falar com a sua passageira.

E quando a minha mãe chegou perto do carro, e olhou, tomou um susto, pois a mulher era a cunhada dela, minha tia, uma professora de uma certa idade, e que era super nervosa. A minha tia estava tremendo da cabeça aos pés, e o susto dela foi maior quando a minha mãe apareceu na janela do carro.

Minha tia arregalou os olhos e falou ainda muito assustada: É tu? Meu Deus do céu!! Só podia ser você mesmo, para querer me matar desse jeito.

E minha mãe riu. E disse para motorista: Pode deixar senhor, é minha cunhada, eu levo ela para casa.

E minha mãe achava graça do nervosismo da minha tia, enquanto a outra ainda nervosa descia do carro com a ajuda do motorista.

08 – É LADRÃO!!!

Minha mãe chegou no prédio em que meu pai trabalhava, e estava tentando estacionar em frente sem muito sucesso, aí veio um homem, se aproximou da minha mãe, e vendo que a mesma ia para frente e para trás, e não estacionava, disse a ela: Deixa eu estacionar para a senhora!!

E minha mãe, já agoniada com aquela história de vai e volta, nem pestanejou, desceu do automóvel, no qual o homem imediatamente entrou. Naquele exato momento, meu pai gritou da janela, feito um desesperado: - Ele vai roubar o carro, é ladrão!!

O homem, mal ligou o carro, minha mãe pulou ligeiro no pescoço dele, quase o matando sufocado, não deixando que ele conseguisse nem sair do lugar. Aí, ligeiro meu pai desceu, outras pessoas apareceram, e conseguiram tirar minha mãe atracada no pescoço do homem, que assim que conseguiu descer do carro, no meio daquele tumultuado de gente, e da agonia da minha mãe, saiu correndo feito um louco.

E até hoje, não se sabe se ele ia roubar o carro ou não.

09 – FURTO DE GREGO

Minha mãe estava no prédio em que meu pai trabalhava, e no qual ela também tinha um escritório, e teve uma dor de barriga daquelas. Sujou-se toda, e meu pai foi e arranjou outra roupa para ela vestir, como a calça comprida tinha ficado muito suja e fedorenta, e não tinha aonde lavar, a minha mãe mais do que ligeiro colocou a calça numa sacola de supermercado, e colocou na parte de trás da saveiro que meu pai tinha, e foi pegar as outras coisas para poder ir para casa.

Ela entrou no carro, e lá pelas tantas, quando ia saindo de um sinal, viu que alguém passou correndo por ela, com uma bicicleta e uma sacola de supermercado na mão. Mas, foi só quando chegou em casa, que notou que alguém tinha furtado a sacola, e ficou imaginando a surpresa do ladrão ao ver que dentro do saco só tinha uma calça comprida imunda. E minha mãe ria sozinha, imaginando a situação.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 17/12/2017
Código do texto: T6201210
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