O CAFETÃO TANGERINA
O cafetão Tangerina era visguento demais. A sua clientela não tinha sossego com aquele rufião. O proxeneta tinha todos os dados sobre os seus fregueses.
- Do meu cliente Agripino, eu sei até onde ele defeca dentro da sua casa. - dizia orgulhosamente o cafetão Tangerina que tinha com ele uma agenda impecável. O sujeito era infalível.
Quando agripino se dirigia para o bar da esquina, logo de supetão aparecia o gigolô com sua pasta executiva manjada, contendo várias fotos de mulheres sensuais.
-Agripino, tenho novidades. Estou com as mulheres mais bonitas da área. Quer ver?
Sem deixar o freguês terminar a frase o cafetão adiantava.
-Tenho uma mulata que está deixando os gringos doidos.- alardeava o rufião com aquele sorriso largo.
Surpreso com a novidade de também ter o prazer de conhecer tal celebridade o cliente ordenava.
- Pode acertar a mulher para mim. Não deixe faltar nada.
Quando Otaviana estava descansando na praça principal da cidade, logo Tangerina aparecia com aquela pasta rechonchuda de mulheres
atraentes.
-Tenho novidade, Otaviano!-abrindo a pasta mostrava.
-Tenho um estrangeira que vai deixar você desnorteado.
Abismado Otaviano questionava:
-Onde você arrumou?
Vaidoso exclamava:
Tenho meus contatos no estrangeiro também.
-Pode acertar!
Quando Ernesto estava na praia com sua família, Tangerina o convocava para uma conversa particular e lá mostrava suas beldades.
-Vou ficar com essa!- dizia o cliente Ernesto.
A vida do cafetão Tangerino ia economicamente boa. Também pudera, o pilantra atacava sua clientela em todos os lugares.
Na feira da cidade cidade, lá estava o gigolô mostrando sua manjada mala que continha fotos de mulheres sensuais e atá nuas.
-Oba! Eu quero esse mulherão!- gritava o magarefe Anísio.
-Eu também quero uma.- acompanhava o ritmo o freguês de carne de Anísio.
-Eu também.- salientava o vizinho do magarefe que vendia fruta.
A popularidade do Cafetão era imensa.
-Tangerina, por que não se candidata a vereador?- incentivava o amigo interessado em ganhar um emprego político.
-Vereador ganha pouco.
-Vá para prefeito!-
-Prefeito tem que viajar para Brasília. Prefeito tem compromissos políticos. Prefiro meu emprego de cafetão.
O gigolô Tangerino atuava em todos os locais da cidade: bares, praças, feira, escolas e também nas residências.
-Tem gente aí.- gritava O cafetão da porta para o dono da casa.
-Quem é?
-É o Tangerina!- logo o dono da residência ia receber alegremente o rufião.
Mostrando a pasta, a ladainha era a mesma.
O Cafetão teve a a ousadia de oferecer mulher dentro da igreja da cidade. O padre humilhado com tal indecência resmungou para seus fiéis.
-Hereges!!!
Para Tangerina mandou:
-XÔ SATANÁS!
O cafetão já se achava o dono da cidade. Era o supra sumo do local.
-Aqui eu deito e rolo!
Certo dia, o rufião se deu mal quando apareceu na delegacia todo gaiato mostrando suas beldades aos policiais. Sem permissão entrou na sala do delegado e garboso falou:
-Doutor delegado, tenho uma mulher bonita e gostosa para o senhor.
Com a cara fechada a autoridade ordenou:
-Policiais prendam Tangerina!
Desnorteado Tangerina ainda questionou:
-Por que?
-Seu Moleque, você ainda questiona?
-Lembra-se daquela última mulher que você arranjou para mim.
Lembro-me...
-Aquela desgraçada mulher colocou-me uma tremenda GONORREIA
-PRENDAM TANGERINA!!!