Não é fácil vacinar a molecada, ainda mais  quando é com injeção, se elas podem escapar, "miau" !
            Ouvi dizer que nas tribos indígenas é ainda pior, os curumins se adentram nas matas, mergulham nos rios, sobem que nem macaquinhos pelas árvores, e os sanitaristas ficam semanas procurando, com a injeção na mão.
            Já cansados de tantos fracassos, a Funai resolveu passar a tarefa para os próprios índios, então vocês imaginem , índio vacinando índio, a "meleca" que deve ser ?!  Mas , que fazer ? Foram recrutados os pagés, que já tem uma certo trato com a medicina florestal ( isso inventei agora) , e depois de um breve e sonolento curso de cinco minutos, passaram lhe os frascos das vacinas, e tchau ! O helicoptero pousou na clareira e levou os sanitaristas embora, esgotados e precisando de férias urgentes.
             Os pagés, espertos como quê , resolveram usar as zarabatanas, vacinariam à distância, " feito curso por  correspondência", uma beleza !  Naquela semana "nada de tomar água de fogo", para a mão não tremer, e puseram-se à espreita.
             A molecada passava, e pimba ! Um acertava no pescoço, outro  no olho, no dedão do pé...mas vacinavam ! O cacique foi vacinado no saco, está com uma folha de bananeira de compressa.
             Vacinaram dezoito macacos, duas cobras, dez tatus, duas bananas, um coco , três bijus, uma tartaruga, cinco papagaios ( que xingaram toda a vida), e até uma piranha , fora as árvores e os cipós...
             Havia um curumim que não parava um segundo, e a mãe dele acabou sendo vacinada contra o sarampo vinte sete vezes no lugar dele, mas os relatórios para a Funai ( relatório via fumaça), eram excelentes !
             O que realmente importava eram os gráficos na capital, o resto "meu" é só folclore ! Como disse Maquiavel; " Os meios não justificam os fins ", e tenho dito !
            
            
           
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 18/11/2017
Reeditado em 18/11/2017
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