Tirando o Cavalinho da Chuva
Ultimamente têm aparecido interpretaçôes de ditos populares; dizem, por exemplo que e "batatinha quando nasce, espalha a rama pelo châo" porque a batata nao se espalha pelo châo, é raiz; eu acho que isso e um verso popular e a rima ficou assim mesmo e deu certo.
Outra é " cor de burro quando foge".Burro nao muda de cor ao fugir, por isso seria" corra do burro que foge!"
Nao concordo com isso; por que alguém iria correr de um burro? Se fosse de um touro, vá la; Tarzan, quando filmou no Brasil correu de uma vaca,mas fugir de um burro? Vejam minha humilde interpretação: o burro fugiu; ele já é marrom; com a sujeira e o barro acumulados, deve ter ficado com aquela cor amarronzada com que pintamos paredes para cobrir a sujeira e não gastar muito;" cor de burro quando foge!
Outra frase comum e " pode tirar o cavalinho da chuva!" Supondo que a frase surgiu em São Paulo de antigamente, quando se andava a cavalo. Por que cavalinho? Não acredito que andassem de pôneis, senao seria: " pode tirar o pônei da chuva, Jarbas"-isso parece frase de menino rico mimado.
Lembrando dos cavalos que via na periferia antigamente, eram uns coitados de uns pangarés magros,meio encardidos, não um alazao negro; que cor eles tinham? Um marrom-acinzentado.Se o sujeito o chamava de "meu cavalinho", é problema dele.
Vamos supor que pegou seu pangaré, provavelmente preso a uma carroça( lembre-se ,não é um príncipe encantado para montá-lo) e se dirigiu à casa do Zé ( nome onomasticamente provável dada a frequência em nosso país).Vamos supor que o tal Zé nao estivesse nos melhores dias e não queria receber ninguém.Sendo a terra da garoa, vamos supor também que começou a chover.
Nosso amigo chegou à casa do Zé e amarrou a carroça no poste.Bateu à porta: " oh de casa!, Toc, toc,toc!"
O Zé, mal-humorado, abre a porta e grita:
"Pode tirar seu cavalinho da chuva; não vou receber ninguem!"
Essa é minha versão do "cavalinho na chuva".E se fosse um cavalinho de pau? Ai já é outra historia....