UM HOMEM NU NA CIDADE
Quando abriu a porta do seu quarto, ainda deu tempo de ver um homem nu, pulando a janela do referido recinto.
-Quem é mulher?-indagou Agripino.
-Foi um ladrão?- argumentou desconfiada sua mulher.
-Ladrão? Ele pulou a janela nu?- e apontando para a roupa do sujeito salientou:
-Olhe sua roupa aqui.
Agripino pegou sua arma e correu atrás do sujeito que se escondeu no mangue que existe próximo ao seu quintal.
-Pega o ladrão!
E para infernizar a vida do suspeito manhoso inflamou:
-Cuidado que o elemento é perigoso e anda nu.
Homens apareceram para pegar o sujeito.
-Vamos pegar a macaxeira do safado e cortar.- gritou um perseguidor.
-Que nada! Pego ele nu e amarro no poste e em seguida chamo a polícia.
-Que polícia! Vamos dar um fim no no safado.
Olhe, ele fugindo pelo Beco da Creusa!
O sujeito na frente e a multidão gritando:
-Pega o ladrão!
-Pega o tarado!
-Que homem gostoso! Venha aqui se esconder em minha casa. - gritou um homossexual ao ver o homem nu.
-Venha cá, meu bem!-chamou uma marafona
O homem trepou numa árvore frondosa existente na praça principal da cidade desnorteando a multidão.
-Cadê ele?
-Desapareceu?
-Não pode.
-Ele tem a oração de São Cipriano.
-Na casa do homossexual ele não entrou que já verificamos.
-Na casa da quenga também não!
-Ele está aqui na praça e trepado numa dassas árvores frondosas.- afirmou Agripino interessado em resolver logo a questão.
-Dou uma boa recompensa para quem pegar o sujeito.- apelou Agripino para incendiar a turma.
-Estou precisando dessa grana.
-Eu também!
Num momento de relaxamento da turma, o homem desceu da árvore e correu para o Cabaré de Zefinha.
-Olhe ele correndo para o Cabaré de Zefinha!
-Estamos perdido! No Cabaré de Zefinha homem nu vale ouro.- gritou um perseguidor já desanimado.
-Vamos atrás!!!
O sujeito na frente e a multidão atrás gritando:
-Pega o ladrão!
-Pega o tarado!
No Cabaré de Zefinha o sujeito foi recusado.
-Abra a porta!
-Não abro! Aqui só entra com dinheiro no bolso. Pelo visto nem bolso você tem.- berrou Zefinha, a dona do bordel.
-Abra a porta!
-Aqui é um cabaré de respeito!
-Abra a porta que eles vão me esfolar.
-Se vire nos trinta, amigo.
-Olhe, ele ali. A Zefinha não abriu a porta para o safado.
-Vamos pegá-lo!
-Vamos!!!
-Vamos capá-lo
Encurralado e nu o homem pedia para todos os santos para não ser capado.
-Capado, não! Por favor, me mate, mas não me cape!
-Vamos Capar!
-Tem facão, aí?
Apareceu um afoito na hora:
-Aqui está!
-Estique o pênis!-gritou Agripino para o sujeito que teimou em ter o cacete preservado.
-Capado, não! Por favor, me mate, mas não me cape!
-Solte o homem agripino!-ordenou o delegado da cidade para sorte do descarado.
-Cabo, leve para delegacia.
Na delegacia o delegado mandou chamar a mulher do Agripino para melhor solucionar o caso.
-Mulher, este homem que estava nu, dentro do seu quarto e pulou a janela quando viu Agripino chegar, é tarado ou ladrão?
-É Ladrão,doutor! Posso pedir uma coisa?
-Pode!
Ela com a cara mais cínica do mundo olhou para o homem, piscou um olho e salientou para o delegado
Não cape ele não, doutor!
-Está bem!-concordou a autoridade.
Com sua honra salva aparentemente, Agripino abraçou sua mulher e juntos se dirigiram para o lar.