CORNÓPOLIS
Em Cornópolis tudo é malandragem. Tudo termina em pizza, quando o sujeito é corno.
-Fulano de tal está preso!-salientou o cabo para o delegado.
-Ele é corno? – questionou o delegado que também tem “peruca de touro”.
-É.
-Que tipo de corno?
-Corno Chinfrim.
Contrariado com o tipo de “boi manso” que se encontra preso em sua delegacia ordena para o subordinado:
-Deixe ele preso por uns dias.
Com a cara mais feia.
-Corno tem que ser corno no aumentativo.
-Delegado tem outro preso.
-É corno? Qual tipo de corno?
-É corno e é federal.
Alegre a autoridade ordena:
-Solte o homem e traga ele para conversar comigo.
Solto o preso vai até a sala do delegado e lá a recepção é alegre.
-Bom dia, doutor!
-Bom dia, a carteira está em dias?
-Está!
Que bom!
Em tom autoritário olha para o cabo e reclama:
-Porque você prendeu o homem?
Gaguejando tenta esclarecer o caso.
-Tava no escuro e eu não vi direito a sua carteira…
Contornando o problema o corno salienta:
-Deixa para lá delegado. Foi falta de comunicação.
Com a cara de carrasco fuzila:
-Cabo, preste atenção ao serviço! Da próxima vez eu lhe meto no xadrez.
Humilhado o cabo baixa a cabeça e responde:
-Sim senhor…
Em Cornópolis a carteira de corno substitui a identidade expedida pelo órgão oficial. Na hora do baculejo somente é válido a carteira do chifrudo.
Triste da pessoa que não for corno naquela urbe.
-Tem emprego aí?
-É corno?
-Sou!
-Então está empregado!
-Tem emprego aí?
-É corno?
-Não sou corno.
Carrancudo o empregador diz:
-Emprego aqui está difícil.
-Na cidade o livro mais lido é: “Como Ser Um Bom Corno” de autoria do escritor mais respeitado do local.
-Já leu o livro “Como Ser Um Bom Corno”?
-Não!
Com a cara de espanto o “peruca de touro” salienta:
-Você não sabe o que está perdendo, cara?
-Sei, mas a centésima edição esgotou.
-Procure ler a centésima edição que vem atualizada.
-Claro que vou ler.
-Leia e vamos debater sobre a centésima edição do livro: “Como Ser Um Bom Corno”.
-Está bem.
Nas ruas, a gurizada briga dessa maneira:
-Meu pai é corno!
-O meu é mais.
-A carteira de meu pai parece um livro de tantas anotações sobre suas pontas.
Vaidoso a outra criança rebate.
-A carteira do meu pai já se tornou uma enciclopédia.
Nos bares de Cornópolis a coisa pega:
-Ontem quando cheguei em casa encontrei um camarada agarrado com minha mulher na cama de minha casa.
Sacana o outro respondeu na bucha.
-Eu encontrei minha mulher com dois homens.
-Vamos comemorar?
-Vamos.
Os dois ordenam para o dono do bar:
-Coloque um litro de “Amansa Corno” para nós dois.
-Está bem.
-Coloque aquela música também.
-Qual é?
-o importante é que seja de chifrudo.
No time de futebol da cidade o corno federal é titular absoluto.
-Quero jogar no “Chifrudo Futebol Clube”.
-É corno!
-Sou!
-Que tipo?
-Federal!
-É titular absoluto no time time “Chifrudo Futebol Clube”.
-Quero Jogar!
-É corno!
-Sou!
-Que tipo?
-Chinfrim.
-Então vá para o BANCO DE RESERVA.