O prédio dos Motta.
O prédio dos Motta.
Não gente, não é nada disso. Vou contar-lhes a verdadeira história dessa obra.
Nesta época, Campina Grande já era abastecida por Boqueirão, porém, naquela parte mais alta da cidade a água não chegava muito forte, então os Motta, que eram os donos da obra resolveram pegar água do Açude Velho, comprando vários carros pipa, mais precisamente quatro carros para o transporte do líquido.
Para quem não sabe qual é o prédio que falo, é aquele localizado à Rua João Suassuna, do número 40 ao número 74, pois, no seu térreo existem várias lojas que mudam de número.
O que ocorreu, foi que na primeira viagem com os carros pipa, seus motoristas encostaram os carros de ré para o açude para facilitar no bombeamento da água. O primeiro motorista entrou para colocar a bomba no açude e começou a afundar nas águas do manancial. O segundo motorista correu e segurou no fio da bomba para resgatar o primeiro, levando um choque fatal. O terceiro motorista desligou o equipamento e tentou puxar o primeiro condutor e acabou ficando preso no lamaçal e entrando em desespero. Foi aí que o quarto funcionário da empresa, na tentativa de salvar ao menos um colega de trabalho, pulou na água e bateu com a cabeça numa pedra e faleceu imediatamente. Todos os motoristas morreram, dois por afogamento um por choque elétrico e o outro por traumatismo craniano.
Aí começa a saga: A obra foi paralisada temporariamente, e quando voltou , caiu pela construção uma maldição que perdura até hoje: Quem entrava na obra para dar prosseguimento, era terrivelmente assombrado pelos motoristas mortos. Quem insistia na construção morria sem oxigênio, caia alguma coisa em sua cabeça e o levava a morte ou eram eletrocutados. Foram várias tentativas de retomarem a obra, sem sucesso, somando assim, um total de 24 mortos ao todo.
As almas dos motoristas falecidos exigiam paz interior cobrando-lhes uma pena: Que para cada pessoa morta naquele lugar, quatro anos de paralisação na construção deveriam ocorrer. Então, pelos vinte e quatro mortos, noventa e seis anos de paralisação devem acontecer. E assim se inventa a mentira mais concretada de toda construção civil Campinense.
Maerson Meira, 20/02/2017.