Preguiça ao quadrado
O Tõe era a preguiça arrematada. Com o trabalho, atrás de atalho, não queria nada. Até que o mulher, com a penca de filhos o abandonou e na prostração o Tõe ficou. Já com a casa por cair, pro sono eterno quis ir. Mas, morrer, que trabalheira ia ser.
Aos amigos recorreu e pediu para ser enterrado vivo, no que foi atendido, com pouco senão e nenhuma objeção. E de sua casa, no caixão, o cortejo saiu e o Tõe até que dormiu.
Só que no meio da estrada, um fazendeiro vizinho que ia a cavalo, vendo a turma desconsolada, quis saber quem morreu - e logo se estarreceu, quando a turma lhe respondeu, que passado pelo crivo, iam com o Tõe mesmo vivo.
O fazendeiro, em magânimo gesto, presto, bradou que dava uma arroba de arroz para o infeliz continuar vivendo e comendo. Ao que Tõe, levantando a cabeça, ainda perguntou:
- O arroiz é pilado?
E o fazendeiro lhe respondeu:
- É pra pilar...
E o Tõe, cara fechada, retorquiu:
- Assim não dá, trabalho vai dar. Ô turma, pro cemitério, é sério, melhor tocar. E o passo, apressar...