De quinta
Lá estava ela em mais uma volta pra casa numa quinta feira
O ônibus era o de todos os dias
Mas nesta quinta qual não foi a surpresa
Ela avista um ser humano do sexo oposto dotado de bela figura
O ser humano ostentava um par de olhos verdes que era difícil passar despercebida
A figura então se senta ao lado dela
Ela, tímida, não tem lá muita intimidade com esse negócio de socializar com seres humanos
Mas sentia que se não fosse aquela hora, não seria nunca
- Pode me informar as horas por favor?
- São 15:30
Ela então percebe o relógio em seu próprio pulso e diz com o sorriso amarelo
- Ah tá, é pra ver se o meu tá certo.
- É, o meu eu sempre adianto pra não me atrasar.
- Então o meu tá mais certo que o seu!
E os dois conversaram​, falaram da vida como se conhecesse há anos.
Ela disse que era jornalista
Ele disse que fazia engenharia mecânica
Ela disse que era de humanas
Ele disse que se apaixonou pelas exatas
Na hora de saltar do ônibus, quando ele já ia se despedir, ela diz
- Também vou saltar aqui!
Ele, pensando que o papo iria continuar
- Eu vou pra esse lado
- Ah, eu vou pra esse.
Disse ele com certo desânimo apontando para o lado oposto
- Então tá, tchau!
- Tchau!
Ela então fica refletindo sobre a vida e como são esses encontros tão interessantes quanto inesperados.
Antes de continuar a pensar qualquer outra coisa, ela se atenta para um detalhe. Ela fala da sua vida para a criatura bela de olhos verdes, é a criatura faz o mesmo.
Sabe vários detalhes do ser, mas um específico faria diferença naquela hora, o nome.
A criatura bela de olhos verdes ainda é apenas uma criatura para ela, e ela para a criatura deve ser apenas uma baixinha pseudo inteligente, que se acha engraçada.
Ela então olha pro céu e se atenta para outro detalhe, ela dotada de toda a ironia e sarcasmo que cabem dentro de sua pequena figura, não chega aos pés do roteirista dessa história toda.