METAMORFOSE - XLVIII
 
Dizem que na vida tudo é passageiro,
Menos o motorista e o trocador
Ora ! Então eu venho aqui
Dizer das aventuras
Com conhecimento de causa e humor:

Tem o mendigo maltrapilho
De latinha na mão,
Com os olhos sem brilho
Pedindo qualquer tostão

Tem o vendedor de doces
Que encanta a criançada,
Oferece as guloseimas
Em meio a palhaçadas.

Tem a música ambiente
Ao do gosto do motorista.
E não importa se a gente gosta,
Ele é fã daquele artista.

Tem o passageiro que dorme
Como se estivesse num colchão.
Ele deve está sonhando
Com a " Dama do Lotação ".

Tem também o pregador
Que leva a palavra de Deus
Mas as pessoas cansadas
Nem sempre prestam atenção.
E assim ...
Às vezes perdem a oportunidade
De ouvir uma oração.

E tem essa pessoa que vos fala,
Uma autêntica passageira.
Que entra e sai dos coletivos,
Sempre lépida e faceira.

E,
Enquanto não comprar um carro,
É assim que eu vivo...
De manhã, de tarde e de noite,
De coletivo em coletivo.
Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 01/05/2017
Código do texto: T5986743
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