O CORDÉ DO GERENTE DO BANCO DO BRASIL
I- O BICHO DE CALÇA
Vou li contar uma istória
qui se assucedeu cumigo
pode acriditá amigo
tu quem puxasse a memória.
Tenho uma filha, Vitória
vivia só pra estudá
mas intendeu de gostá
dum certo Irineu de tal
achei o cabra um bossal
só pelo jeito de andá
II- Ô CIÚME DA PESTE
Eu matuto escabriado
cunfesso, cirmei com o cara
só imvê mi'a joia rara
si rindo pra todo lado.
Já de colo bandonado
só vi defeito no bicho.
Os dois naquele cuchicho
e eu, de marcação, imcima.
Eu, cantador pela rima
já ele, um pinto no lixo
III- O REINO DIVIDIDO
A muié, ocuvitêra:
-Home deixe de querela
-Se o qui tu qué é o bem dela
-Acabe cu'essa bestêra
-Im Afogado da Ingazêra
-Disséro quielé um mil
-Famía boa e gentil
-Pessoa mais qui decente
-E ele falô que é o gerente
-Lá do Banco do Brasil
IV- COISA DE MATUTO
Depôi daquele argumento
me ví im grand'inrascada.
A muierada incantada
e eu, um véi ciumento.
Vêim'intão um pensamento
(Eu vou bater im Afogado)
(De lá só vórt'informado)
saí sem ninguém sabê.
Fui atrái do procedê
do tal gerente joiado
V- XÔ PENSAMENTO RIM
Panhei um oternativo
e parti im busca de lúis
pedino a meu bom Jisúis
qui num ovésse mutivo
dexasse eu sôrto e ele vivo
fosse só um priguiçoso.
Purquê se o dito ardiloso
se apresentasse casado
eu já ia preparado
pra despachar o tinhoso
VI- A HORA DA ONÇA BEBÊ ÁGUA
Disapiêi do transporte
cum o banco inda fechado
tinha um povo aglomerado
eru'ma fila de morte
o guarda fardado e forte
de costa pro movimento.
Mais parecia um sargento
ruge-ruge de quermesse
dia de enepeésse
liberar o pagamento
VII- PENSE NUM ALÍVE!
Passei no mêi do arvoroço
fui falar com a otoridade
cheguei cum dificuldade
e pur trás disse: seu moço!
Quase se deu um distrôço
era meu genro Irineu
-Sogro um rodízo si deu
-Esse banco é um gigante
-Hoje eu tô de vigilante
-Onte o gerente era eu
(Alíve do carai!)
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