REGÊNCIA ILEGAL
O verbo pixulecar
É verbo da modernidade!
Ação a se multiplicar:
Pixulecar a vontade.
Não é verbo impessoal
Mas é desqualificado!
Pixulecar no concreto
Pra devastar no abstrato.
Regido no dia-a- dia
É verbo irregular!
Embora e por toda via...
Nos possa a todos atacar.
É verbo bem defectivo...
Conjuga perplexidade!
Na conjugação do “efetivo”
É douta complexidade.
Se verbo de “ligação”
Também pode ser “auxiliar”...
Depende da situação
E do predicativo a usar.
É verbo bitransitivo
De objetos nunca recapturados!
Sujeitos oculto e ativo
Nos lesam por todos os lados!
Se for objeto direto
A ti pode relacionar-se!
Na rota dos indiretos
Sujeitos de todas as “partes”.
Para que te afies no verbo
Em verso eu te declamarei
Na língua culta possível
No tempo eu te conjugarei.
Se o teu presente de agora
Conjuga o “eu pixuleco”...
Decerto também no outrora
Pixulecaste algum treco.
Se o teu particípio passado
É verbo pixulecado,
Gerúndio se fez conjugado,
Pixulecando afiado.
Se um dia tu pixulecavas
A não se dar conta do fato
No teu passado imperfeito
Nós todos pagamos o pato.
Se tu pixulecarias...
No próximo futuro imperfeito
A nós restaria uma fria
Mas tu baterias no peito.
Passado no mais que perfeito?
Negastes que pixulecaras?
O verbo por tu foi refeito...
De nós o tudo conjugaras!
Se subjuntivo imperfeito
A todos tu pixulecásses!
Jamais serias satisfeito...
Se mais tu pixulecares!
Se no infinito do verbo
Pronominar –te a vontade
A ti furtarias de certo!
Pixulecar-te, destarte.
Na conjugação desta vida
Pixulecar é atávico!
Ainda que na nossa língua
Não seja catalogado.
Não mais pixuleque na rota
Dos pixulecados lesados!
Pixulecar é a agonia:
Dum sol a nascer-te quadrado!