SORRISOS E AIS TÊM ENDEREÇO


E, no pátio do condomínio,
uma mãe, quase atleta,
embora tonta de tanto girar,
grita desesperada pro seu menino,
que, sem parar, circula de bicicleta:

"Pare, porque é hora de ir à escola!...
E VOU CONTAR ATÉ TRÊS,
-   garoto cabeçudo   -,
se não parar, juro que vou lhe derrubar
com bicicleta e tudo!...".


O filho para, enfim, mais adiante e,
 olhando a atleta da cabeça aos pés,
lhe pergunta, decepcionado:

"Mamãe, VOCÊ AINDA NÃO APRENDEU
A CONTAR ATÉ DEZ ?!... ".


Aí, a mãe, antes raivosa,
afasta a ira e a cara de choro,
esboçando um sorriso bem puro,
de forma maternal e carinhosa,
ciente de que perdera a corrida
para o seu gênio futuro.
O anjinho de sua vida,
pedaço de gente,
"quietinho", inteligente...

E o filho esboça, em forma de troça,
com um sorrisozinho "faz de conta",
seu contentamento e sua crença
de ter ganhado a tal corrida
para uma mãe atleta,
mas analfabeta
e tonta.
.  .  .
.  .  .
Aprenda a lição:
desde o começo,
queira ou não, conforme a certeza
ou ingenuidade da interpretação
de um caso como esse,
lágrimas e sorrisos têm endereço,
ou interesses.

 
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Para o texto: Sorrisos! (T5893122)
De: MVA
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Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 03/02/2017
Reeditado em 15/02/2017
Código do texto: T5901594
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