A vendedora de balas
Eu costumava comprar balas de canela, de uma vendedora ambulante que fazia ponto dentro da escola com seu carrinho de pipoca.
Certo dia, quando eu começava a desembrulhar a bala, percebi uns pequenos furos no papel, como se eles tivessem sido corroídos. Eu deixava aquela bala de lado e pegava outra. E a outra apresentava o mesmo problema. Eu a desprezava igualmente. Na terceira vez, eu fui até a vendedora para reclamar do fato.
Cheguei com jeito e disse:
- Não sei o que está acontecendo, mas todas as balas estão com furinhos no papel, e estão me parecendo que são feitos por um inseto, do qual tenho muito nojo. Não gosto nem de pronunciar o nome, mas vou falar: acho que são feitos por baratas...
A mulher arregalou os olhos, muito indignada, e me respondeu:
-Ah, não pode ser. Eu tomo muito cuidado com o meu carrinho. Aqui não entra nada. Eu deixo ele chaveado...
Fui obrigada a concordar com a mulher, ou seja, as baratas lá não podiam entrar, porque elas são muito pequenas e não tem força para carregar uma chave, muito menos para girá-la na fechadura...