ENQUETE NA RÁDIO SOBRE A DESCRIMINIZAÇÃO DO ABORTO
Em meu programa radiofônico “Quinzinho Show”, onde fazemos enquetes sobre vários temas, sorteando brindes ofertados pelo comércio local aos participantes, fizemos há poucos dias, uma, sobre o tema supracitado, perguntando se aprovam ou não a Lei.
Como o programa tem a duração de apenas uma hora, e muitos ouvintes reclamam que não conseguem participar, rogamos aos ouvintes que sejam objetivos, respondendo apenas sim ou não. Alguns, “alugam” o telefone, vão contar as histórias de suas vidas, “encher lingüiça” em detrimento de outros participantes.
Atendi o primeiro ouvinte e ele respondeu que aprovava a Lei, que a mulher era senhora de seu corpo, que cabia a ela interromper ou não a gravidez. E assim foi... Até que um daqueles ouvintes cansativos, metido a filósofo, resolveu estender a conversa sobre o assunto, citando leis, Bíblia, religião, bons costumes...
Eu já havia me arrependido de haver lançado tal enquete. Logo depois ligou um ouvinte daqueles gozadores, que não levam nada a sério, que gostam de fazer graça em tudo, e me disse:
-Até que aprovo a Lei, porém, no Brasil, como nada funciona, essa Lei não vai emplacar...
-Como assim? Perguntei.
Ele respondeu:
-Pobre que querer fazer o aborto, vai ter que procurar o SUS, e como ele e serviço público nenhum no Brasil funciona, vai acontecer assim:
-Ela vai procurar a rede pública de saúde para fazer o aborto e a atendente vai dizer laconicamente:
-Para aborto, só tem vagas daqui a nove meses...
Depois de uma dessas, nem preciso dizer que encerrei a enquete...
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