Freada de bicicleta

O Genildo havia descoberto uma maneira de se limpar corretamente após usar o banheiro. Sendo peludo como o Tony Ramos, cada vez que fazia o nº 2, por mais que limpasse com papel higiênico sempre restava um restinho enroscado nos pelos dali, do digamos, orifício de saída.

Foi quando começou a usar a ducha higiênica que a patroa havia mandado instalar. Se ajeitava meio de lado no vaso e pitchufi, o jato fazia o serviço.

Um pouco mais complicado era quando a necessidade apertava fora de casa. No trabalho, por exemplo. Aí desenvolveu uma técnica um tanto dolorida, mas funcional.

Sentava meio de esguelha no vaso, a mão esquerda apertando a válvula de descarga, com a direita lavava quanto tempo precizasse. Depois , a higiene das mãos na pia, com o devido cuidado de não deixar nenhum pedacinho debaixo das unhas.

Tudo ia bem até a patroa pegar ele em fragrante. Precisando pegar detergente, sempre guardados no armário do banheiro e se esquecendo de trancar a porta. . .

- Quequitácontecendo, homem de Deus???

Ele, todo sem jeito tentou explicar, mas como? Resmungou, resmungou , mas o único resultado foi a patroa contar para os filhos e agüentar gozação um tempão. A mais suave que isso não era papel de homem, só viado fazia assim. Será que tava virando a casaca?

Tudo isso ele me contou, dia desses, os dois enchendo a cara de cerveja no bar do Gileno e putos de raiva com nossas respectivas patroas.

- E como fez depois? – perguntei.

- Simples! – falou, mandando mais uma copada pra goela.- Toda vez que vou no banheiro, antes mesmo de limpar com o papel higiênico, visto a cueca.

- Só?

- Depois lavo direitinho, com cuidado para a patroa não ouvir, coloco uma nova e deixo a usada ali no cesto de lixo.

- E daí?

- Fica umas freada de bicicleta que são umas obras-primas! E a Véinha tá toda feliz comigo.

E dando outra golada:

- E nunca mais me encheu o saco deu lavar o rabo depois de cagar.

Nickinho
Enviado por Nickinho em 28/07/2007
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