Hudi Zastre

Reza a lenda, que certo dia. Vamos combinar um nome fictício para o protagonista, Hudi Zastre. Depois de muito pousar os olhos naquela joia que todo dia entrava na padaria quase sempre no mesmo horário, e procurava-o para ser atendida, ele tomou coragem e convidou-a para um suco. Moça recatada, criada a sete olhos, gostou do convite mas achou inoportuno aceitá-lo. Mas deixou uma "migalhinha de pão", um sorriso, para que Hudi não desistisse, e assim foi, os dias seguiam e eles naquele bailado interminável, até que um dia, pegando Hudi de surpresa, Eleonora perguntou se ele gostaria de almoçar, domingo em sua casa. Os olhos dele estalaram feito dois ovos fritos, e apenas com um aceno de cabeça, confirmou sua presença no evento. Ela saiu novamente com aquele sorriso, e ele não cabia em si de tanta felicidade. Faltavam 3 dias, mas eles já estava tendo brotoejas, de tanta ansiedade, e todos os dias até o domingo ela confirmava se estava tudo certo.

Domingo, dia ensolarado, parecia que alguém tinha dado uma mão de tinta em todas as flores, tamanha era a felicidade com que Hudi apreciava a todos e a tudo. No caminho para a casa de Eleonora, era bom dia pra cá, tudo bem pra lá, um satisfação só. Chegou diante da casa 75 Da Rua Palmito. Um leve suor nas mãos, garganta seca, apertou a campainha. Blim Blommm.

Saiu um Senhor com seus 55 anos, um bigode enorme que parecia havia engolido uma andorinha mas as asas tinha ficado para fora. Saudou-lhe com bom dia, e apresentou-se.

O homem acenou com a mão para que subisse, e então ambos adentraram a casa.

Eleonora o recebeu com seu melhor sorriso, e só isso já lhe bastava. Chegou o grande momento, todos a mesa e, lá vem a mãe, com uma travessa esfumaçante, coberta com uma tampa, e ao abrir, Hudi ficou gelado. Era peixe. Lembrou-se rapidamente do problema que tinha todas as vezes que comia peixe e quando foi educadamente falar, a mãe falou primeiro.

Sim, ela disse que havia feito especialmente pra ele o prato. Meu Deus, como recusar?

Sorriu, agradeceu a gentileza, e afirmou pelo aroma e aparência, tudo estaria perfeito. A mãe lhe serviu um pedaço generoso, ele educado, agradeceu e quando pegou o garfo, viu os olhos de ursinho coala da mãe, esperando o veredito. Ele não teve duvidas, encheu o garfo e nhac. Uma delícia, e ele tentava não comer, mas mãe como um predador não tirava os olhos dele, então quando ele deu a última garfada, mal o garfo chegou a boca, a mãe já estava lhe servindo outros pedaço. Passado o almoço, todos foram a sala e estavam conversando quando Hudi sentiu o efeito devastador que o peixe lhe causa. Um uivo estremecedor veio do interior com uma força fenomenal, devastadora, que nenhum esfíncter seria capaz de segurar, ele levantou rapidamente como uma naja, pediu licença, e também a direção do banheiro. Eleonora o encaminhou e lá chegando ele livrou-se rapidamente da calça, sentou, e parecendo a Columbia, quase decolou de tão forte e rápida foi a saída. Ele suava, mas não parava, passado alguns minutos, ele sentiu que estava salvo. Respirou aliviado e quando foi se limpar, se deu conta de que não havia papel. Pensou, só pode ser brincadeira, olhou por todo o banheiro e nada, passou pela cabeça limpar na cortina, no tapete, mas foi quando teve uma ideia. Vou me lavar na pia, sabia que não era certo, mas era vital. Foi com jeitinho colocando a borda do bumbum na pia, quando ao apoiar na mesma, ela se soltou caindo no chão e partindo em vários pedaços, nesse mesmo momento Hudi Zastre perdeu o equilíbrio e caiu sentado sobre um dos cacos se cortando e então começou a gritar. Todos na casa correram a porta, e o pai perguntava o que havia acontecido, e apenas ouviam o moço gritando. O pai arrombou a porta e viu a cena devastadora, Hudi caído no chão com as calças arriadas, todo ensanguentado e cacos para todo lado. Hudi nunca mais teve coragem de olhar Eleonora nos olhos, pediu demissão da padaria, mudou-se de cidade e até hoje ninguém mais teve notícias do rapaz.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 16/11/2016
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