A MARITACA E O CAIXA 2
A Maritaca e o Caixa Dois
Já passava da meia-noite, eu sentada no galho da jabuticabeira conversando com o gato xadrez. A coruja observava tudo e fofoqueira se assegurava para contar o que ali ouvira.
Falávamos dos morcegos donos do pedaço que se agitavam em gargalhadas, assustando os indefesos pássaros que ali pernoitavam. O gato me dizia que por várias vezes tentou dialogar com eles, sem nenhum resultado. No dia anterior dessa conversa, colibris e sabiás formaram uma comissão, dispostos a acabar com aquele barulho. Reclamar com quem?
Dona arara, a presidente do quintal havia sido deposta por mandar os pardais destruírem os ninhos formados no pé do araçá. A revolta gerada levou o conselho de ética a decretar seu impeachment e o vice, o temido gavião tomou seu lugar. Esse fato levou toda comunidade voadora a um grande estresse, pois o gavião era conhecido por suas malandragens e embolações, entre elas, de atrair com sua fala sedutora uma maritaca, tomando-lhe todo dinheiro que ela havia juntado num “caixa 2”, para sua candidatura a diretora de distribuição de frutas do pomar. Disse a língua afiada da dona coruja que a maritaca ficou muito rica, surripiando toda a produção de araçás, para estocar em sua casa.
Mas o assunto principal era os morcegos. Voavam a noite e depois desapareciam.
A comissão armou um plano. Foi chamado o João-de-barro engenheiro famoso. A ideia era construir uma armadilha em forma de castelo e no seu interior uma grande quantidade de castanhas, atraindo esses ratos voadores. Fechadas as portas, seriam transportados para o sistema prisional de pássaros delinquentes. Teria que haver um grande silêncio, em torno do assunto, para serem pegos de uma vez.
Era isso que eu e o gato comentávamos, sem saber que a coruja escutara tudo e contou direto para o chefe dos morcegos.
Foi construído o castelo. Noite de grande expectativa e alivio, pois a partir dessa data, todos dormiriam em paz.
Quando o sol apareceu, já estávamos de pé para verificar consternados que dentro da armadilha só estava à maritaca. Fora novamente iludida pelo gavião que lhe dissera que, dentro do castelo havia uma grande fortuna.
Mas tudo terminou bem, a maritaca fez delação premiada, entregando a dona coruja que nunca mais foi vista por ali.
Falávamos dos morcegos donos do pedaço que se agitavam em gargalhadas, assustando os indefesos pássaros que ali pernoitavam. O gato me dizia que por várias vezes tentou dialogar com eles, sem nenhum resultado. No dia anterior dessa conversa, colibris e sabiás formaram uma comissão, dispostos a acabar com aquele barulho. Reclamar com quem?
Dona arara, a presidente do quintal havia sido deposta por mandar os pardais destruírem os ninhos formados no pé do araçá. A revolta gerada levou o conselho de ética a decretar seu impeachment e o vice, o temido gavião tomou seu lugar. Esse fato levou toda comunidade voadora a um grande estresse, pois o gavião era conhecido por suas malandragens e embolações, entre elas, de atrair com sua fala sedutora uma maritaca, tomando-lhe todo dinheiro que ela havia juntado num “caixa 2”, para sua candidatura a diretora de distribuição de frutas do pomar. Disse a língua afiada da dona coruja que a maritaca ficou muito rica, surripiando toda a produção de araçás, para estocar em sua casa.
Mas o assunto principal era os morcegos. Voavam a noite e depois desapareciam.
A comissão armou um plano. Foi chamado o João-de-barro engenheiro famoso. A ideia era construir uma armadilha em forma de castelo e no seu interior uma grande quantidade de castanhas, atraindo esses ratos voadores. Fechadas as portas, seriam transportados para o sistema prisional de pássaros delinquentes. Teria que haver um grande silêncio, em torno do assunto, para serem pegos de uma vez.
Era isso que eu e o gato comentávamos, sem saber que a coruja escutara tudo e contou direto para o chefe dos morcegos.
Foi construído o castelo. Noite de grande expectativa e alivio, pois a partir dessa data, todos dormiriam em paz.
Quando o sol apareceu, já estávamos de pé para verificar consternados que dentro da armadilha só estava à maritaca. Fora novamente iludida pelo gavião que lhe dissera que, dentro do castelo havia uma grande fortuna.
Mas tudo terminou bem, a maritaca fez delação premiada, entregando a dona coruja que nunca mais foi vista por ali.
A Maritaca e o Caixa Dois