Temer ou não Temer, eis a Questão/Sarau III

Temer ou não Temer, eis a questão: fará mais pobres

Em nosso convívio perder Vespas e Vectras

Com que a Tribuna, Enlouquecida, nos deseja,

Ou investirmos contra um bar de beberrões

Em uma gruta sem fim? Correr... tossir: jamais.

Saber que não amarramos com um pano o angu da tia

E as mil cervejas os Braz e Braganças consomem:

Correr para tossir... é uma aporrinhação

Se tem omelete o comamos com lambedor.

Tossir... em vez de cagar: eis um bonde sujo no estábulo:

Pois lambo livros no túmulo da inocência,

No repolho da sorte o banho que tomamos

Temem tecermos no tear: eis a chupeta

Que propõe uma sombra ávida por nossos pecúlios.

Quem deteria os coelhos e a ilusão do fungo,

O agrado do professor, a jamanta do pabuloso,

Tola a alucinação do malfadado odor,

A impotência geral, as divagações do rei,

Os modestos dois burros têm que subordinar

O clérigo indolente, quem o suportaria,

Quando chegasse a sarjeta que tá tão

Com pinta de pombal? Quem lavaria os pratos,

Torcendo e gritando n’Avenida Navegantes,

Se o titubeio dessa coisa não traz sorte,

--Essa legião desfavorecida suja as baias

Morais ultrajantes e num ficou revolta—

Não nos apetece doar a frouxos, são banidos?

O jumento enfim agora guarda, enfim

É que o cofre se fez viral nessa nação

Som do Tom cálido no enterro da democracia;

Vezes que nos vendam mais enganações,

Surpresas de fato escroto e que têm baixo calão

Tiram-nos o prumo e levam o Mané ao esmo

De achar que há solução.

William Shakespeare deve ter se revirado no túmulo, pois nem

Sigmund Freud explica essa sátira!

Nota: Esse é meu terceiro texto para o Segundo Sarau do Recanto

Atendendo ao convite da escritora e poetisa Serpente Angel.