NA TROCA DO PATO PELA PATA ALGUÉM TINHA QUE PAGAR O PATO

O italiano ficou sabendo que o vizinho estava vendendo um pato. Como ele queria mesmo um pato para colocar com a sua pata foi até o vizinho.

-O chê tá vendeno um pato?

-To, seu Trombone.

-Onde está o pato, inton?

Foram até o pato.

-Quanto o chê qué nele?

-Vinte e cinco.

-Que porca la pipa. É mui caro. Chê não faz por dezoito?

-De jeito nenhum.

-Porca misera, nóis somo conhecido desde a guerra.

-Pelo senhor então eu faço assim: to precisando mesmo de uma pata, e se a gente trocar?

-Porca misera, um tenho uma pata.

Trocaram.

Quando chegou em casa a mulher do seo Trombone falou.

-Num sei se o chê é burro ou eu qui num to pensano direito. E agora? O chê trocou a pata pelo pato, e ficamos com o pato e sem a pata.

No outro dia o italiano voltou na casa do vizinho.

-O chê não sabe o que aconteceu. Negociei a pata, troquei pelo pato. E fiquei sem pata.

-Ah, mas agora o chê vai ter que comprar a pata.

-Quanto o chê qué, impiasto?

-Trinta.

-Puff! Ma que locura. Como trinta!?

-E o senhor está com sorte hoje. É que por coincidência, eu estou precisando de um pato. E o senhor tendo o pato, podemos trocar o pato pela pata. O que o senhor acha?

Feito o negócio.

De noite, deitados, antes de dormir, a velha tornou a lembrar ao velho:

-Agora temos a pata. Tornamos a ficar sem o pato!!

-Por mil trovões. Dexá pra amanhã.

Noutro dia de manhã, de novo na casa do vizinho.

-Meu caro João do Nó, percebi que no negócio que fiz acabei ficando sem o pato e com a pata. E eu preciso do pato. Quanto o chê qué do pato?

-Quarenta.

-Ah, não. Isso é um roubo, de jeito nenhum.

-Podemos trocar pela sua pata.

-De jeito nenhum, é muito caro.

E saiu bufando, xingando, esbravejando.

Chegou em casa e falou para a sua velha:

-Vo desistir de criar pato. Pode espalhar por aí que vô vender a pata.

Daí uns dias não é que aparece o vizinho.

-Meu bão amigo, fiquei sabeno que o ce tá vendeno uma pata.

-To sim.

-Quanto o ce tá pedino?

-Trinta.

-Ah, não, seu Trombone, é muito caro.

-É trinta e pronto.

-Seu Trombone, pensano bem, o senhor num qué trocar por um pato não?

O italiano catou um trabuco:

-O cê trata de sumir daqui ou vai durmi ardendo.

Leozão Maçaroca
Enviado por Leozão Maçaroca em 30/06/2016
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