Duplo, mais que sentido
O urologista havia acabado de ler os resultados do exame do nervoso e agitado paciente que estava sentado à sua frente. Sabia que ele estava imerso numa profunda depressão e que qualquer abalo à sua confiança podia levar o pobre homem ao suicídio, ou ao Delcídio, ainda pior.
Era grande e grave sua responsabilidade de informar o paciente que sua contagem espermográfica era zero, zero absoluto. O médico, então pediu inspiração divina, imergiu-se nos mais nobres pensamentos e filosofias e proclamou, de alto e bom som:
- Vai em paz, amigo, estou absolutamente convicto de que não tens porra nenhuma...