Barnabé.

João Pereira de Melo, nascido em Botêlhos MG, iniciou sua carreira em 1958, na Rádio Nacional de São Paulo.

Não sou biógrafo, mas resolvi antes que por acaso, a memória me for embora, pretendo realçar artistas do meu tempo, que me ajudaram em minha saúde, com o fortificante do riso.

Fazer rir é um dom divino. Quantas vezes na vida trabalhosa do eito, fustigado pelas formigas lava pés, mosquitinhos chumbinhos zoando no ouvido e picando a orelha. De vez em quando correndo de venta aberta, fugindo de marimbondos tatu. A recompensa era no fim do dia, tomar um banho de cuia, sorver um cafezinho fresco, sentar em frente o rádio de pilha e esborrachar de tanto rir das piadas do Barnabé. O rádio levava o riso para aquele distante sertão. Barnabé e outros humoristas enlevavam a alma simples de um povo. Me lembro de algumas piadas; uma delas; era ele ter um bom coração, um irmão dele ficara preso em uma moita espinhosa de unha de gato, não tinha como sair, ficou com muita pena do irmão, teve uma brilhante ideia; pós fogo na moita, o irmão saiu rapidinho. Barnabé faleceu em 1968. Deixou um legado extraordinário no humor caipira.

Lair Estanislau Alves.