“NOVES FORA” E O PAPEL DO FIOFÓ " BOLA DA VEZ"!
Fazer humor com coisa séria não é tarefa fácil.
Todavia, há algum tempo, tenho me deparado com uma difícil missão impossível, pior que a do clássico cinema, aquele importante papel de toda dona de casa cumprindo o seu árduo papel, o de fazer o supermercado com melhor custo benefício, afinal, nosso suado dinheirinho, aquele aos meros mortais vindo do suado trabalho, ultimamente anda curto até para o trivial: comprar produtos de higiene e limpeza...virou luta cidadã.
Um luxo essa coisa de casa limpa, realmente é!
Bem, limpeza por aqui está na hora da moda e "da morte", tudo indo pelos difíceis ralos das contas perdidas e dos desperdícios, a despeito da água cada vez mais escassa e onerosa e dos produtos que disparam no preço do supermercado.
Inflação a jato para limpeza mais a jato ainda!
É a moda da vez!
Tudo culpa da mídia que coloca em evidências os ocultos papéis das ocultas intenções!
Desta feita, temos que economizar em tudo para fazermos um tipo de “lava a jato” do dia- a- dia no nosso simples pedaço da “nossa vida, nossa casa limpa”, sempre com economia, para que todas as casas fiquem cada vez mais dignamente aconchegantes...para todos.
Higienizada a casa, obviamente que não podemos nos esquecer “dos donos das casas”, certo?
Que somos todos nós!
E se tem uma tarefa que sempre me intrigou, já escrevi sobre tal várias vezes e repito, hoje muito mais pelo fato do alto preço dos produtos, é a de se comprar tantos papéis para tantas urgências.
Qual é o papel da urgência primordial?
Ara, e sempre penso na árvore que tombou para saciar nossas comodidades sempre tão urgentes.
PAPEL é a bola da vez mesmo! E que difícil papel!
É papel de cozinha, é papel guardanapos, é papel de parede, é papel absorvente, É PAPEL CONTUNDENTE, e claro, tem o principal papel que é aquele usado nas nossas necessidades fisiológicas, algo também sempre meio “fisiologistas” por aqui, muitas vezes ocultas necessidades urgentes e incontroláveis...que a gente não conta pra ninguém.
Até que alguém, sem querer, descobre!
Que mico...que confusão...
O tal do papel higiênico então, nem se fala...fala sério!
Hoje é DERMOCOSMÉTICO para tudo e não mais para todos!
Nem vou entrar no mérito do “para que ele serve” senão correria o risco de ser deselegante, de cair no chulo nosso de cada dia, esse que invadiu as conversas telefônicas dos "sem papel definido", a nos mostrar todos os “papéis ocultos” de ultimamamente; e correria o risco de dizer que o mero do PAPEL HIGIÊNICO serve para controlar e limpar toda e qualquer urgente “exoneração”.
Tem algumas que nenhum papel mereceria enfrentar, mas o assunto não é o mérito do meu texto.
Não seria eu que mandaria todos os papéis ficarem elegantemente higienizados nas suas maiores necessidades...dos cantinhos mais inóspitos.
Cada um que cuide do seu espaço a ser limpo como o melhor papel que lhe convier...
Eu só quero desabafar, comemorar e COMPARTILHAR publicamente(todas ações de DIREITO público!) nossa conquista cidadã recente da qual participei entusiasticamente: é que dia desses agitei meu pedaço, o do supermercado, obviamente: fui comprar o meu mero papel higiêncio, coisa meio pobre, que não é nada de luxo, nada macio nem suave, duma forma nada escondida, afinal não tenho nada a esconder, tudo que tenho todos têm IGUALMENTE por condição anatômica legítima.
E tudo devidamente declarado no supermercado!
Então, ali na prateleira, depois de olhar, pesquisar e me assustar, dividi minhas dúvidas e ansiedades com as donas de casa do entorno...e estranhamente juntou um monte delas ao meu derredor, todas de olhos arregalados para o preço que viam...foi interessante...então prontamente fiz um discurso em prol da limpeza econômica de direito difuso.
Todas vieram me ajudar e claro, também contribui na compra do nosso melhor papel comunitário, uma ato democrático e emocionante de exercício do ESTADO DE DIREITO DE LIMPAR A CIDADANIA: DEIXAR TODOS OS NOSSOS QUERIDOS BEM LIMPINHOS!
Tem algum crime nisso?
Mantivemos nossa presunção de inocência ao tentarmos apenas nos defender da caristia que nos é imputada a força...
Então fizemos as contas juntas:
Primeiramente entendemos: é preciso contar os rolos da embalagem, dividir o preço total dela pelo número de rolos , mais uma vez pelo número de folhas duplas ou triplas...e finalmente pelo número de “órgãos exoneradores” dos queridos das “nossas casas, nossas sinas”- ok?
Não fizemos questão de saber O CUSTO dos metros totais do rolo do papel divididos pelo metro quadrado de superfície de uso a ser limpa porque...seria matemática complexa demais para a nossa triste conjuntura oculta...tão suja e apequenada.
Assim, NÓS, exímias gestoras donas de casa, concluímos por UNANIMIDADE que nunca foi tão caro e complicado fazer exonerações mal cheirosas dos ralos com higiene e limpeza totais!
Estão rindo? Então parem, porque o assunto é sério mesmo!
É que estou sendo eufemística dentro duma realidade concreta de compras sem negociatas de direto de povo!
Depois dos difíceis “noves fora”, saímos todas juntas, felizes, publica e intimamente reconfortadas, com nossos papéis higiêncos em mãos, UMA GRANDE E ÁRDUA CONQUISTA HUMANITÁRIA, com o logotipo das nossas assinaturas cidadãs conjuntas, ali legitimamente firmadas, que confirmaram nossa compra LEGALIZADA adquirida pelo melhor preço, dentro da básica lei da "oferta e da procura", e o mais instigante , sem pagar um centavo de propina ao dono do supermercado.
Só recolhemos os impostos...de praxe, afinal, somos povo.
E não se tratava nem de trocadilho, muito menos de metáfora.
Era só a vida surreal mesmo, tentando encenar e escrever a díficil arte de se reviver...com tudo bem limpinho.