PRECONCEITO CONTRA A PARAÍBA

Sou paraibano pelos quatro lados. Trago nos cromossomos uns segredinhos pernambucanos, mas sou cem por cento Paraíba. Por imperativo moral, tenho que repudiar quando qualquer mequetrefe fala mal de minha “pátria”, mulher macho sim senhor.

Aconteceu que um comentarista esportivo do Ceará, terra do meu compadre Dedé Arnô, um tal Evaristo Nogueira, criticando o Botafogo da Paraíba, saiu-se com essa: "Eu não quero nada com a Paraíba, vou por cima, de avião". E quem quer alguma coisa com um salafrário preconceituoso? Continuando, o bicho meteu o pau no Botinha Fake: "O Botafogo da Paraíba que de Belo não tem nada, continua um time feio, sem inspiração. Como o Fortaleza não tem vergonha de perder para um time letreca, cheio de refugos?"

Time letreca? O que porra é letreca? Letreca é o chifre esquerdo desse comentarista! Não sou muito chegado a esse Botinha, mas, nessas horas, só olho pro meu umbigo: mexeu com Paraíba, mexeu comigo.

A direção do Botafogo da Paraíba emitiu uma nota de repúdio direcionada ao jornalista. Eu emitiria um torpedo carregado de peixeiras de doze polegadas, amoladas na pedra do Ingá pelo meu compadre Vavá da Luz e sacramentadas pela lei da ignorância. “Meto bala nesses putos”, grita Jessier Quirino pela boca de Lampião, deputado federal. É a lei do “Nordestinismo dos Problemas Matutais.”

Olha, seu menino, chega me dá uma revolta! É porque esse povo da Bahia e do Ceará tem vergonha de ser nordestino. Preferem ser quase sulistas de segunda classe. Cabras bons de pêia, sujeitos que “comem uva em plena safra de manga”, como denuncia Jessier. Uns cornos da primeira postura, como diria meu compadre Ameba.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 27/02/2016
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