DO CUBISMO AO REALISMO...

De fato,nunca fui muito de modismos.

Esse negócio de roupa da moda, de estilos modernos, fashion ou démodé, sinceramente não mexe muito com a minha estima, e me parece mais escravidão.

Sou mais do tipo clássico mesmo! E básico!

Dia desses, ainda comentava com uma amiga que, nós mulheres que já entramos na maturidade, precisamos sim é de tomar conta do conjunto!

Acho meio complicado corpo de “barbie” carregando um rosto maduro...ou vice versa...e esse negócio de usar roupa de filha adolescente então, é um perigo!

Muitas vezes mais nos denunciam do que nos disfarçam.

Mas as mulheres no geral, resistem em “amadurecer”.

Certa vez,entrei com uma amiga numa cabine, para que ela experimentasse uma roupa- queria minha opinião.

Embora eu soubesse ser ela manequim trinta e oito, percebi que tentava na “marra” entrar num “modelito fashion” trinta e seis.

-Melhor não apelar,disse-lhe em tom de brincadeira.

Mas, é verdade.Chega-nos a hora na qual certos hábitos já não nos dão mais certo!

Então, muito delicadamente lhe sugeri... “tenta um quarenta mais sóbrio, vai ficar mais confortável”.

Senti que assentiu meio decepcionada, digamos...com o tempo e com a minha franqueza.

Outra coisa que aprendi...nunca ouse ousar na vestimenta e perguntar para sua filha adolescente... “Estou bem?” pois você nunca saberá o que seu humor do dia vai lhe responder...poderá ouvir: “mãe você está uma gata!” ou então: “ Mãe, você não se enxerga não”? ou ainda “ Vai sair assim?”

É melhor portanto, não arriscar.

Mas, ninguém é perfeito, e a vida sempre nos dá o troco.

Naquele mesmo dia, resolvi ceder à moda dum vestido em tons coloridos, nessa malha fashion, muito suave e delicada, a tal da viscolycra.

Apaixonei-me pelos arabescos! A padronagem de tons degradés realmente encantaram meus olhos- “ parece razoável e bem artístico”, concluí.

À noite, pronta para um evento, vesti a novidade, a maquiagem , o perfume os acessórios...e dei uma desfiladinha para minha filha com a tal da perigosa pergunta... “E aí como estou?”

-Nossa mãe, você parece um “Picasso”!

-Vixi!-o vestido é artístico "demais", pensei.

Parei para pensar no lado bom! A menina conhecia algo do "cubista". Mas, por um instante tive dúvidas sobre a qual semelhança ela se referia: na geometria dos traços, no colorido das cores ou nas faces deformadas das mulheres de Picasso?

Nem entrei em detalhes! Agradeci pela homenagem, ao menos cultural, e parti para minha festinha a queimar os miolos.

Lá chegando, encontrei com a mesma amiga!

-Olá, nossa, Picasso ressuscitou?

Aí já era demais! Fiz –lhe uma bela careta, para que a “minha tela” se assemelhasse às originais...ao menos!

E juro!-daquele dia em diante ...voltei correndo às artes da antiguidade...