PEGOU NO TRANCO!

PEGOU NO TRANCO!

Aplínio não dava satisfação a ninguém. Tomava diariamente a sua pinga de janeiro a dezembro

Nos casamentos, batizados e qualquer tipo de pagode, lá estava ele,convidado ou não para o evento.

Mas o que ele gostava mesmo era de um velório. Nesta oportunidade ele “lavava a égua” como se diz por aqui, pois tinha a pinga, de graça, a noite toda,dependendo do velório, tinha até tira-gosto.

Certa vez, ele bebeu tanto que, aproveitando a saída do pessoal do velório para a cozinha e vendo aquela vaga na cama do defunto, deitou-se ao seu lado e ‘ferrou” no sono.Depois de muito tempo ele foi acordado pelos presentes e deixou a cama mal humorado.

Em outra oportunidade, o Aplínio em um velório, querendo homenagear ao morto, que era seu compadre e companheiro de copo, depois de tomar “umas dez”, despejou um bom gole na boca entreaberta do defunto.

Não se sabe por qual motivo o falecido tão logo recebeu o trago, deu um grande espirro e sentou-se na cama.

O pessoal da casa saiu correndo pelo terreiro, pois todos o julgavam morto. O Aplínio não esquentou a “moringa”, como ele mesmo costumava dizer. Virou-se para o compadre e disse:- “Cremdospadi”! (seria: Creio em Deus Padre).

Compadre ocê num tinha morrido? Eu não, “cumpadi.” Acho que tava era dormindo... Aí o: Aplínio disse para o compadre e para os presentes refeitos do susto:- Eu fui beber uma pinga para espantar o sono, e me veio na cabeça dar um golo ao compadre, pois nós tinha combinado tomar umas lá no Calambau , no bar do Chico de Gusta. Aí eu tomei uma meia cuia da pinga e deixei a outra metade para dar ao compadre. Foi a conta deu despejar a cachaça na sua boca, que estava um pouco aberta, e ele deu aquele espirro violento. Prá mim ele estava morto, mas como a cachaça deve ter entrado no seu goto, o espirro foi muito forte e no tranco o coração começou a funcionar...

Todos os presentes concordaram com a explicação do Aplínio...

""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""" Murilo Vidigal Carneiro.

Calambau, janeiro/2016

murilo de calambau
Enviado por murilo de calambau em 06/01/2016
Código do texto: T5502357
Classificação de conteúdo: seguro