A menina que “não” roubava livros, mas que roubou o meu Halls preto! (Agradecendo o Recanto das Letras)

Sentei-me na Praça da Livraria Cultura (Conjunto Nacional) em São Paulo para folhear o meu novo livro. Amo o cheiro de livro novo, coloco logo o meu nome, data que eu comprei, telefone e e-mail caso um dia eu perca essa raridade (todos que eu compro para mim são raros). Estava que parecia uma criança diante de um sorvete delicioso. O livro era “A menina que roubava livros”, estória contada pela própria morte e que mantinha contato com aquela menina chamada Liesel, lembram não é? Mas o livro aqui tem pouca importância.

Mas tudo bem, eu ainda não tinha aberto o livro totalmente e ainda o cheirava e escrevia na contracapa (sempre de caneta preta para realçar a minha letra, coisa de um professor idiota) quando sentou uma garota ao meu lado remexendo na bolsa e tirando algo, talvez o celular, pensei.

A capa do meu livro estava aparecendo e ela ficou maravilhada em ver alguém com um livro que ela tinha lido mais de uma vez. Contou-me que tinha certa atração pela morte e os seus efeitos, amava visitar cemitérios tanto para colocar flores nos túmulos de parentes como para ler as lápides de pessoas que já foram embora. Achei estranho, mas tinha uma voz bonita, cabelos loiros e olhos verdes (o meu tipo, ai meu Deus!) e sorria mostrando uns dentes super bem cuidados, boca bem torneada e carnudinha. Como não sou de ferro, me vi beijando aquela boca várias vezes e ela retribuindo. Mas voltei à realidade da vida e fiz a ela várias perguntas para testar a sua cultura, passou em 80% das perguntas. Acho que professor é uma raça “muito legal”, mas essa mania de testar todo mundo é um saco...Vira um vicio que não temos como controlar.

O papo foi ficando cada vez mais lindo e engraçado e a convidei para um café (adeus beijo...com gosto de café? – pensei no Halls preto rapidamente – ufaaaa tinha 2 na minha bolsa de escola). Ela topou e começou a falar de poesias e que amava textos etc e tal. Nessa hora, eu sorrateiramente, mencionei o Recanto das Letras e os Recantistas que fazem aqui um trabalho lindo. Mas, obviamente, depois de um longo papo de perguntas e respostas, acessei (bendita tecnologia) o site pelo meu telefone e mostrei a ela a minha poesia de título “E agora, amor?” onde falamos, falamos, falamos ainda - e no final ela me manda “calar a boca e me beija!” Fiquei torcendo para ela ler até o final. (Já tinha engolido um halls inteiro!).

Ela – Olha, Paulo Eduardo, eu sou uma menina que “não” rouba livros mas eu acho que a nossa história está bem parecida com essa da sua poesia. E meu deu um sorriso que me desmanchou (sou “facinho, facinho” diante de certas situações com a pessoa certa no lugar “quase” certo). Sorrateiramente e me valendo das palavras de poeta (se bem que sem rima aqui) eu sugeri que a gente fosse para o final da poesia e que “ela me pedisse para calar a boca”. Ao invés disso, ela não me mandou “calar a boca e me beija” (não queria plágio poético) mas me pediu um pedaço do meu Halls na sua própria boca! Não queria me beijar com gosto de café, também. Achei de uma esperteza maravilhosa! E é claro, "compartilhei" (palavra muito usada ultimamente) o meu Halls com ela em um beijo delicioso.

E assim nasceu um grande amor com uma menina que não roubava livros, só roubava Halls da boca de poeta, ela gosta de poesias e na época virou uma leitora assídua do Recanto das Letras!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 04/01/2016
Reeditado em 08/01/2016
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