A MENTIRA PODE SER A PURA VERDADE

   
FRANCISKOCA FRANCYEVA, Ministra da Gastronomia do Reino de Gorobixaba, vinha da Itália, de um congresso de culinária. No mesmo avião, e coincidentemente, sentado ao seu lado vinha um padre simpático, Monsenhor Bento Dezenov.
A Ministra como freqüentadora da paróquia na qual o padre era pároco, se achando conhecida por este, perguntou:
- Desculpe-me padre, posso lhe pedir um favor?
O vigário, reconhecendo uma ovelha do seu rebanho; e antevendo dividendos para as obras da igreja anuiu:
- Claro, minha filha, o que posso fazer por você?
Na maior cara de pau, o que, aliás, lhe é peculiar FRANCISKOVA lascou o verbo:
- É que eu comprei um secador de cabelo sofisticado, muito caro. E ultrapassei os limites da declaração de importação e estou preocupada com a Alfândega. Será se o Senhor não poderia levá-lo debaixo de sua batina?
Bento Dezenov, avaro por profissão e por genética, vendo polpudas contribuições, se desmanchou em amabilidades:
- Claro que posso minha filha, mas você deve saber que eu não posso mentir! 
A gastronômica confabulou inocentemente, elevando o ego do vigário às alturas:
- O senhor tem um rosto tão honesto Padre, que estou certa que eles não lhe farão nenhuma pergunta.
Entregou-lhe o secador. Que foi atado a uma coxa do padre, debaixo da batina.
O avião chegou ao seu destino.
Quando o padre se apresentou à alfândega, lhe perguntaram:
-Padre, o senhor tem algo a declarar?
O padre prontamente respondeu:
- Do alto da minha cabeça até a faixa na minha cintura, não tenho nada a declarar, meu filho. 
Achando a resposta estranha, o fiscal da alfândega perguntou:
- E da cintura para baixo, o que o senhor tem?
- Eu tenho um equipamento maravilhoso, destinado ao uso doméstico, em especial para as mulheres, mas que nunca foi usado.
Caindo na risada, o fiscal exclamou:
- Pode passar Padre! O próximo...
 
A inteligência faz a diferença.
Não é necessário mentir, basta escolher as palavras certas.