A BRUXA E O ABUTRE
Pois é, essa bruxa é aquela
Inimiga da voraz ratazana
E costuma sair pela janela
Quando a sujeira se espana
Voando agora em céu nebuloso
Deparou com mais um desafeto
Um abutre assaz ardiloso
Esfomeado, esperto e guloso
Que antes se mantinha quieto
Ela usando sua arrogância
A ele permanecia indiferente
Ignorando o perigo latente
Escondido em sua ganância
Mas ele como ave de rapina
Daquelas que come defunto
Esperava da feiticeira ladina
Um momento pra chegar junto
Foi quando surgiu ao alcance
O que ele tanto aguardava
Não podia perder a chance
Ou a bruxa não derrubava
Assim escreveu longa carta
Com um texto bem ressentido
Insinuando que um raio a parta
(Que aliás, já devia ter partido)
E aguarda ver sua vassoura quebrada
A velha bruxa de voar impedida
Caída ao chão, bem estrebuchada
E no próprio caldeirão ser cozida
Rio, 8/12/15
Isso é apenas uma fábula e qualquer semelhança com o momento atual de um certo país e seus governates deverá ser considerado apenas coincidência.