"REDONDO" O FAMOSO LADRÃO DO CONJUNTO BUGIO.

Quem roubou aquela casa da etapa 03 do Conjunto Bugio? – Indagava aquele sujeito que não conhecia nada da malandragem daquele núcleo residencial.

-Foi “Redondo”. – respondia na bucha um garoto.

-Quem roubou aquela residência na Avenida Poço do Mero?

-Foi “Redondo”. – respondia um setentão na hora.

O roubo de “Redondo” era logo decifrado por todos os moradores do Conjunto Assis Chateaubriand (conhecido popularmente pelo Conjunto Bugio). Não era preciso ser detetive para descobrir as artimanhas do meliante. O ladrão também não era violento e roubava objetos de valores insignificantes.

Na delegacia do bairro o policial já sabia do mondus - operandi do manhoso e da sua marca registrada que ele deixava depois do roubo.

-Policial, vim aqui prestar uma queixa sobre um carro que foi furtado ali na Praça Osvaldo Mendonça.

-Não foi “Redondo”! – salientava aliviado o policial de plantão.

-Por que?

-Porque “Redondo” rouba somente dentro das casas para deixar a sua famosa marca.

-Policial, roubaram meu “camelo” na rua H 04, do Conjunto Bugio.

-Não Foi “Redondo”! – afirmava o velho detetive conhecedor das artimanhas do lalau.

-E quem disse que foi “Redondo”? – questionava também o morador queixoso e também conhecedor das malandragens do ladrão e da sua marca registrada deixada depois do roubo.

Além da marca registrada, o larápio era rápido. Dava trabalho prender “Redondo”. Ele morava na beira do Rio do Sal e quando a polícia chegava o malandro se atirava rapidamente no rio e nadava até a outra margem que ficava na cidade de Socorro. Quando era preso, logo era solto em virtude dos objetos insignificantes por ele roubado.

A contrariedade da população e dos policiais que trabalhavam no conjunto Bugio contra o ladrão “Redondo” era sua marca registrada deixada depois do roubo dentro das casas das vítimas.

-E qual era a marca registrada deixada pelo manhoso?

A marca registrada deixada por “Redondo” era a grande quantidade de bosta que o larápio deixava sobre a mesa da cozinha como prova da sua roubalheira e também, segundo ele, servia como assinatura.