NEGÓCIO NO CONFISSIONÁRIO
I
Na Itália um católico
Vai até ao confessionário
Pra confessar um pecado
E conta para o vigário:
“Na guerra escondi um judeu”
E o padre lhe respondeu:
“Foi um gesto humanitário”.
II
“Não pecou nem é necessário
Fazer qualquer penitência
Porque acolheu um irmão
Em sua própria residência,
Para a casa volte em paz
Pois isso é bom e só o faz
O fiel que tem consciência”.
III
“Mas eu não tive clemência
E esse é o pecado meu,
Não lhe contei tudo ainda”
E o padre não entendeu...
“Eu me sinto como um réu,
Temendo perder o céu
Por explorar um judeu”.
IV
“Como assim? Pergunto eu!
Que fez de mal meu fiel
A um irmão necessitado
A quem deu leite e mel?”
Respondeu-lhe o confessante:
“Não fui honesto o bastante
Porque lhe cobrei aluguel”.
V
“No entanto não foi cruel”
Disse o padre bonachão,
Acrescentando: “Não houve
Sequer uma ingratidão,
Pois se tratou de um negócio
Com quem desfrutou do ócio
Durante a perseguição”.
VI
“Dê-me a sua absolvição,
Se sou um fiel que pecou
Proponho-lhe ser meu sócio”
De pronto o padre aceitou:
“O judeu é muito rico
E eu não lhe comunico
Que a guerra já terminou”.
VII
Assim o perdão se comprou,
Pois dinheiro compra tudo
Fiel com paz na consciência
E com seu bolso polpudo,
O padre abençoando a todos
Ganhando dinheiro a rodos
Cada vez mais barrigudo.
I
Na Itália um católico
Vai até ao confessionário
Pra confessar um pecado
E conta para o vigário:
“Na guerra escondi um judeu”
E o padre lhe respondeu:
“Foi um gesto humanitário”.
II
“Não pecou nem é necessário
Fazer qualquer penitência
Porque acolheu um irmão
Em sua própria residência,
Para a casa volte em paz
Pois isso é bom e só o faz
O fiel que tem consciência”.
III
“Mas eu não tive clemência
E esse é o pecado meu,
Não lhe contei tudo ainda”
E o padre não entendeu...
“Eu me sinto como um réu,
Temendo perder o céu
Por explorar um judeu”.
IV
“Como assim? Pergunto eu!
Que fez de mal meu fiel
A um irmão necessitado
A quem deu leite e mel?”
Respondeu-lhe o confessante:
“Não fui honesto o bastante
Porque lhe cobrei aluguel”.
V
“No entanto não foi cruel”
Disse o padre bonachão,
Acrescentando: “Não houve
Sequer uma ingratidão,
Pois se tratou de um negócio
Com quem desfrutou do ócio
Durante a perseguição”.
VI
“Dê-me a sua absolvição,
Se sou um fiel que pecou
Proponho-lhe ser meu sócio”
De pronto o padre aceitou:
“O judeu é muito rico
E eu não lhe comunico
Que a guerra já terminou”.
VII
Assim o perdão se comprou,
Pois dinheiro compra tudo
Fiel com paz na consciência
E com seu bolso polpudo,
O padre abençoando a todos
Ganhando dinheiro a rodos
Cada vez mais barrigudo.