UM CONTO AO BOCAGE

Manuel Maria Barbosa du Bocage, nasceu em Setúbal. Filho de Advogado Português e de mãe Francesa.

No entanto, foi um dos maiores poetas nacionais e talentosos.

Foi um poeta da nossa Língua Portuguesa,,cultivou também a sátira, por vezes de índole politica e social, a fábula, em que se mostra exímio, e a tradução a que recorre como meio de garantir a subsistência, na parte final da sua vida.

A sua vida decorre breve, acidentada e sujeita a privações diversas.

Embora pertencendo à Nova Arcádia e integrado na época clássica, a sua obra , pelo sentimento trágico da existência , pela morbidez das paixões, pelo obsessão da morte, pelo gosto , pelo macabro, deve ser considerada pré-romântica. ,

Um dia o Bocage ia passear pelas ruas da sua cidade Natal.

Quando certa pessoa lhe perguntou se era um palhaço. -- Bocage respondeu-lhe palhaço não sou, sou Bocage.

--- Bocage ?! Já ouvi falar isso em qualquer sitio! --- Respondeu-lhe essa pessoa.

--- É natural , pois eu sou um poeta famoso! --- Diz o Bocage.

--- Poeta ?! Você poeta ?! --- Pergunta muito admirado a pessoa.

--- Sim ! --- Sou poeta! --- Respondeu-lhe o Bocage.

---- Como você é poeta? Interveio a pessoa.

---- Não sabe?! -- Acrescentou Bocage.

----- Não ! ---- Respondeu-lhe a pessoa.

---- Então oiça lá estes versos! --- Chamou atenção Bocage.

Ás vezes ponho me a pensar,

Se na vida existe mesmo paixão,

Como é que se anda devagar,

Se o Mundo é só um balão.

E anda à roda rios de gente,

Mares de miséria. Montanhas de humanidade

E o País que anda tão indiferente,

Anda sem atinar com a Mocidade.

Sei ver por onde corre o perigo,

E desvendar o que está oculto,

E deve conhecer quem é amigo.

Se da verdade ou mesmo da mentira,

Mas encontrar o Mundo mesmo culto,

É olhar a natureza com a mira.

--- Ah! -- Eu não sabia que você era poeta! ---- Interveio a pessoa.

--- Pois não sabia, mas já fica a saber. ---- Responde-lhe Bocage.

--- Não sabe, mais outro soneto, ó poeta! --- Diz a pessoa.

--- Sr! Quer ouvir?! Pergunta e responde Bocage.

---- Gostava! --- Responde a pessoa.

----- Então oiça lá esta. ---- Responde Bocage.

De do cu eu cheirava bem mal,

Dando um peido mal cheiroso,

O que me faz pensar em tal,

Se todo o Mundo é mentiroso.

Amo as Mulheres que têm,

boas mamas, e que tal?!,

Como elas, não há ninguém,

Que têm a cona tão bestial!

Adoro a vida, adoro a Morte,

E a mim, não faz pena Morrer,

Eu Bocage com pouca sorte.

Que nem de poeta sei ser,

Mas faço inveja ás da Corte,

Que comigo gostavam de viver.

------ Você é extraordinário! ---Disse a pessoa.

----- Não sou extraordinário, sou uma pessoa como as outras.---- Responde Bocage.

E Bocage responde assim:

Prefaciando António Aleixo.

A arte é um dom de quem cria,

Portanto não é mesmo artista,

Aquele que só mesmo copia,

As coisas que tem mesmo à vista.

A arte é uma força imanente,

Não se ensina e não,se aprende,

Não se compra, não se vende,

Nasce e morre com a gente.

Mas Bocage diz logo que estes versos não são dele.

----Atenção estas quadras são do meu amigo António Aleixo, e com estas quadras eu quis responder à sua pergunta.

----- Então você conhece o António Aleixo? ---- Pergunta pessoa.

---- Conheço! --- Interveio Bocage.

---- Sei ! E quer ver então? ---- Responde interrogada-mente o Bocage para a pessoa.

Quando o Sol mesmo nasce,

Está mesmo de parabéns....

Que é a pra todos faz-se,

A liberdade dos nossos bens.

A gente conhece bem a vida,

Através do grande sofrimento,

Quando se sabe na descida,

Duma farsa do pensamento.

E é tão perverso o Mundo,

Como a desgraça se viu,

Dentro da classe do vagabundo.

Que alegria que não sentiu,

Porque a vida são ilusões...

E dela recebemos as lições.

---- Deste soneto não,gosto muito! --- Respondeu mesmo a pessoa muito sério e sisudo.

---- Então veja este: ---- Disse o Bocage muito certo de si.

Procurando viver a vida,

Conforme ela é diferente,

Mas o Mundo como indiferente,

Se julga mesmo tão definida.

E o Amor da vida é uma paixão,

Se da ventura já toda a gente...

Percorre a luta com o coração,

Porque com o coração se sente.

A luta é a forma da vida,

E vivendo já o sol vai nascendo,

Mas o amor é a paz bem florida.

Dum Mundo que está crescendo,

À volta e em volta do Futuro...

Quando o, Mundo estiver maduro.

--- Este é maravilhoso! --- Disse a pessoa para o poeta Bocage.

--- Mas mais há ainda outro! ---- Acrescenta Bocage muito convencido e cómico, para a pessoa.

JÁ BOCAGE NÃO SOU

´

Já Bocage não sou ... À cova escura,

Meu estro vai parar desfeito em vento,

E aos céus ultrajei! O meu tormento,

Leve me torne sempre à terra dura.

Conheço agora já quão vá figura,

Em prosa e verso faz louco intento!

Musa ... Tivera algum merecimento,

Se um raio da razão seguisse pura.

Eu me arrependo, a língua quase fria,

Brade em alto pregão à mocidade....

Que atrás do som fantástico corria.

Outro Aretino (1) fui ... A Santidade,

Manchei! ... Oh! Se me creste gente ímpia,

Rasga meus versos, crê na eternidade!

----- Esta é excelente, diz a pessoa, para o Bocage.

Mas não sabe a melhor: ---- Responde o Bocage para a pessoa.

Andei por atalhos, caminhos,

E não sei qual é o meu fado,

Pois sei que sou um desgraçado,

E que ando cheio de espinhos.

E quando por altos cantinhos,

Sonhei sempre ser um poeta acalentado,

Por vezes até me via já o tempo sonhando,

Quando alta montanha como altos pregando.

Sofri. Mas ai de mim. Para onde vou?

Se na sina já meus passos dei...

E comi o pão que o diabo amassou.

E se os caminhos da lei,

São danosos e o tempo passou,

Como um rio como o que sei.

----- Uma maravilha! ---- Diz a pessoa muito convicta como um pensador.

Num Domingo à noite, estava Bocage assentado numa esplanada dum café lá da cidade, a tomar o seu café do costume e a fazer os seus versos. De repente entrou uma mulher quase nua, como uma avenida deserta.

Essa mulher estava trajada com uma blusa azul e vermelha de mangas curtas e com um bocado a ver-se as mamas, tinha mini-saias, ,usava meias de vidro, e uns sapatos de tacão alto. Chamava-se Teresa.

Nesse mesmo dia, ela sentou-se numa cadeira ao pé dele. E prontamente lhe disse: ----- Desculpe,a minha descarada mania, mas é o que o senhor é uma Mesa de tentação. ----- É que eu não pude resistir a essa maldita tentação.

--- Então Bocage perguntou.

--- O que é que há? ---- Perguntou Bocage a essa pessoa muito intrigado.

----- É que ... Respondeu a pessoa com medo de responder mas não acabou a frase.

------ Diga lá! , não tenha medo.

----- Eu gosto muito de ... Respondeu-lhe essa pessoa ao Bocage.

---- De quem? Perguntou o Bocage a essa pessoa muito convicto de si, para a pessoa.

----- De ... Respondeu a pessoa ao Bocage muito sisudo.

---- Responde lá de uma vez para sempre. ---- Disse o Bocage.

---- De si! Respondeu a pessoa para o Senhor Bocage.

----- Porquê? ---- Perguntou Bocage muito interessado e convicto para a pessoa.

----- Porque ..... ------ Acrescenta a pessoa mas não acaba a frase e fica por completar, no êxtase para o Bocage.

---- Porquê quê? Perguntou o Bocage muito intrigado e perplexo para a pessoa.

------ Porque Vo....

----- Vá lá, explique-se melhor. ---- Respondeu Bocage muito bem falante para a pessoa.

---- Porque você é ... Respondeu a pessoa ao Bocage muito atrevido.

------ Sou quem? ---- Perguntou Bocage para a pessoa muito compenetrado de si.

----- Uma pessoa de bom ... ----- Respondeu-lhe a pessoa ao Senhor Bocage.

----- De bom quê? ---- Perguntou Bocage a essa pessoa numa interrogativa.

----- De bom carácter. ---- Respondeu-lhe a pessoa para o senhor Bocage muito sério.

----Mas você conhece-me? Perguntou Bocage a essa pessoa muito atrevida e atiradiça.

------ Conheço sim! ---- Responde essa pessoa para o senhor Bocage muito atrevida e atiradiça.

---- Então quem sou? ---- Perguntou Bocage a essa pessoa muito maliciosa.

------ Você é uma pessoa muito interessante com muito interesse. ---- Disse essa pessoa para o Bocage.

---- Só isso ?! --- Perguntou Bocage muito compenetrado de si para essa pessoa.

--- Não ! ---- Disse essa pessoa para o Senhor Bocage.

------ Então o que sou mais? --- Perguntou Bocage para essa pessoa.

----- É Bocage! ---- Disse essa pessoa para o Bocage.

---- AH! ---- Como você me conhece? --- Perguntou Bocage a essa pessoa muito atiradiça e atrevida.

------ Conheço das suas anedotas! ----- Disse essa pessoa muito atrevida e atiradiça.

------ Das minhas anedotas?! ---- Perguntou Bocage a essa pessoa muito sério, numa voz interrogativa.

------ Sim! ------ Respondeu e disse para o Bocage assim desta maneira.

----- Você está mesmo muito enganado então! ---- Disse o Bocage para a pessoa.

----- Então você quem é? ---- Perguntou essa pessoa para o Bocage.

----- Sou Bocage, mas não aquele que você conhece. .... Disse Bocage para essa pessoa assim desta maneira.

------- Então me desculpe! --- Disse essa pessoa para o Senhor Bocage.

----- De nada! -----Disse e respondeu Bocage para essa pessoa maldosa e maliciosa.

----- Mas não fique triste, se você me conhece o homem das anedotas, também me pode conhecer doutra maneira.---- Disse o Bocage para essa pessoa.

---- Como ? Perguntou essa pessoa para o Bocage muito convicto de si.

-----Já vai ver! ---- Disse e respondeu o Bocage a essa pessoa assim desta maneira.

----- Então como é? ---- Perguntou essa pessoa para o Bocage.

---- Eu sou poeta, não sabia?! ---Disse Bocage para essa pessoa.

---- Ah! --- Eu não estou ligado a isso. ----- Disse essa pessoa ao Senhor Bocage.

----- Então de que está ligado? ---- Disse e perguntou Bocage para essa pessoa.

---- Ás anedotas? Voltou a perguntar o Bocage muito cómico.

----- Porquê? --- Lhe perguntou essa pessoa para o Bocage.

------ Já lhe vou explicar! --- Disse o Bocage para essa pessoa.

---- Como? ---- Perguntou essa pessoa para o Bocage.

---- É que a minha vida é toda uma anedota. --- Disse essa pessoa que é ela uma mulher da vida.

----- Por quê diz isso?

------ Eu sou prostituta! --- Disse ela essa pessoa muito convencida de si mesma.

----- Prostituta?! ---- Perguntou Bocage a essa pessoa muito perentóriamente e admirado.

---- Sim! mas no bom sentido! --- Disse essa pessoa muito convicta de si mesma.

---- Em que sentido? --- Pergunta Bocage que conversava com essa pessoa assim.

---- No sentido de me prostituir contador de histórias falsas e ganhando com isso, o lucro delas. ----- Disse essa pessoa para o Bocage assim da forma do costume.

----- Não estou percebendo! ---- Disse e respondeu o Bocage a essa pessoa muito atrevida e maliciosa e muito mal criada e mal educada.

----- Conto histórias ás pessoas para enganar e explorar as pessoas, que acreditam nas minhas histórias, as ignorantes, e com isso eu ganho a minha vida contando histórias. ---- Disse essa pessoa ao Bocage muito convicto de si.

-----Ah! ---- Então é isso?! ---- Perguntou o Bocage a essa pessoa muito admirado.

---- É ! mas é isso mesmo que prostituo a vida iludindo as pessoas. .... Isso é também prostituição cultural. Por isso eu sou uma prostituta, compreende? --- Disse essa pessoa ao senhor Bocage para lhe responder,

---- Agora sei! --- Disse o Bocage muito convencido do seu nariz

Uma mulher com um decote muito decotado na sua blusa, usando minissaias, e meias de vidro e uns sapatos de tacão alto, evidentemente tenho que ser uma prostituta. Chama-se Teresa, ela conta aquelas histórias da banha de cobra e outras, para iludir e enganar o povo e vive disso.

Então a Teresa contou uma história da sua autoria como uma contista, conta ao Bocage.

-( Certo dia, um viajante encontrou uma garota no passeio e levantou-lhe as saias para fazer parar a boleia (carona) , como uma prostituta. Ora o viajante parou o seu automóvel. E lhe perguntou à cachopa , o que queria, ela disse-lhe que queria uma boleia (carona) para tal sitio. E qual foi o espanto? Ele então abriu-lhe a porta do carro e ela entrou lá dentro.

Quando ele pôs o carro a andar, ela levantou as saias até ás .... e depois roçou nas .... do viajante. E o que aconteceu? E mais anda ela abriu-se toda, regaçou ainda mais as saias até à .... e viu-se tudo a cores como na televisão ou no cinema. Ela então aproximou-se do viajante e com uma das mãos apalpou-lhe o pénis,, então o pénis do viajante começou a endurecer e a enriquecer como um pau.

Ela ainda mais o entusiasmou, começou a esquentar como cálido, ela então disse para o viajante parar o carro, que já é ali onde queria ir, então o viajante parou. Ela começou a olhar para ele e a cariciá-lo de tal maneira que ele se entusiasmou mais, ela abraçou-se a ele, fez-lhe festas na cara do rosto, depois então é que começou o romance, ela despiu-se toda, para estar mais à vontade, da cabeça até aos pés, e ai os dois começaram-se a beijar.

Ele entregou-se todo, deu-lhe o pênis para as suas mãos, para introduzir na vagina ( nos órgãos genitais e sexuais ) começaram, a fazer amor,,e ainda mais a fazer relações sexuais. Isto será amor? O espermatozoide começou a infiltrar-se na vagina da garota e quando terminou , ela vestiu-se e pediu dinheiro (grana) pelo trabalho que fez ao viajante, sim porque ela não pediu boleia (carona) por graça /borla) e de graça (borla) porque ela tem essa profissão de ganhar dinheiro prostituindo-se com outras pessoas. Era uma prostituta?)

Diz o Bocage, muito emocionado.

---- Essa é emocionante . --- Disse o Bocage para essa pesoa muito intrigado.

E ela muito compenetrada na sua profissão, lhe respondeu: .

------Porquê ? Com esta pergunta o Bocage faz esta pergunta para essa pessoa muito convencido. ---- Se esta história não passa da minha invenção.

Então Bocage relata-lhe assim:

---- A tua história é muito engraçada, mas esta não é da banha da cobra.

E ela sem medo, acrescenta:

--- A da banha da cobra não é esta, eu não conto aqui, a da banha da cobra é para se contar nas feiras, entendeu?

----- Ah! -- Disse o Bocage para essa pessoa muito convicta de si.

Estava um Sol quente, como uma língua de fogo, e o dia quase abraçava a noite.O vento calmo, aquecia as brasas como achas duma fogueira. As árvores nuas como ruas despidas.

De vez em quando choviam estrelas de cristal. E a neve como a cal não havia. Viam-se carros aqui e além, mas muito poucos e alguns a beijarem-se. Frio como geada não se sentia.

O céu voava nas nuvens de prata como aviões com asas de vento. Também pássaros de aço voam como foguetes de carne, esvoaçando nas planuras duma cidade azul. Setúbal como uma cidade com tapetes de verdura e alcatifas de várias cores, onde o rio se espreguiça com os seus braços pelas areias mortas, como cobras engolindo com línguas bifurcais.

Assim a Teresa e o Bocage estavam numa esplanada dum café, a contar anedotas, quando apareceu o empregado e lhes perguntou, o que queriam. Bocage disse-lhe que queria um,a bica e ela outra bica.

O empregado serviu à mesa,

Eles tomaram a bica. Conversaram . Sobre o quê? Depois foram passear pela tarde cálida , como um Sol quente. Ele depois levou-a para a casa. Começaram a gostar um do outro. Quando ela disse ao ouvido , querido. Ele então disse-lhe que gostava muito da sua companhia e ainda mais que a amava, mas que queria mais tarde casar-se com ela. Então ela disse-lhe, querido, e que não podia casar com ele, porque era casada e tinha filhos.

Bocage não acreditou.

A casa, como uma habitação tinha um bonito quarto de banho como um lugar de sonhos, três quartos como compartimentos e uma cozinha, despensa, etc

Fica situado num lindo sitio, com a frente para o Sol, e as traseiras para o Sul e as laterais para o poente.

A sua cidade, por vezes é uma terra sem beleza nenhuma, feia, tão feia como o diabo (capeta), sem graça, sem estilo, basta estar lá um grande rei, Setúbal não vale nada, é uma grande porcaria, vê-se mesmo, como bairros de lata cheio de favelas. Tem feias avenidas, o rio Sado como um poio de merda cheira mal, os turistas que forem visitar esta aldeia pior do que aldeia, é uma povoação sem sentido e sem significação nenhuma , vêem se aquilo presta para alguma coisa?! Que belezas?! Que imaginação !?

Se aquilo, com licença é uma grande e grandessíssima droga, que até é uma vergonha para o País.

O Bocage nasceu lá, a Teresa nasceu no distrito de Setúbal.

Mas a Teresa contou outra história ao Bocage.

---- ( Numa cidade maravilhosa, viviam um casal que se davam muito mal.

Ela era Ricardina, ele era Gregório, tinam filhos, também um casal.

Ela era Graça, ele era Sebastião.

Ambos viviam num conflito de gerações e com problemas complexos.

Ela tinha ciúmes do Gregório, como um namorado. O Gregório por sua vez não lhe ligava nenhuma. Ela tentou por diversas vezes dar solução ao problema, mas não adiantou de nada.

Fez tudo por tudo para começar de novo, mas o quê? não serviu de nada. Ele era um mulherengo, um acriançado e outras coisas mais.

Ela não podia suportar mais aquela vida.

Então ela pensou por algumas vezes separou-se do seu marido, mas não resolutou. Até que um dia ela tomou a decisão de se divorciarem para sempre. Ela era uma pessoa também um bocado ciumenta mas uma ciumenta doentia e exagerada, e ela ainda mais é uma pessoa que quer ser igual ao marido , isto é, é uma mulher com tendência de independência e quer ser livre que não se quer humilhar nem ser ou submissa, também é uma mulher insuportável como a Malu-Mulher, duma série brasileira, assim o marido também não gostava dela e com razão. A mulher tem que pertencer à casa e mais nada, dizia ele, ( e até tem razão) , foi o motivo de não se darem nunca bem. Os filhos esses, um deles, metia.se na droga, fumava AXIS, Marijuana, ervas , picos, e ainda mais drogas pesadas, Sebastião gastava à fava rica mal gasto, no que os pais lhe davam por exemplo, os pais davam-lhe de mesada mil escudos e nesse mesmo dia já não tinha dinheiro, porque o tinha gasto todo, em tabaco, em drogas, em café, em almoços, em jantares, etc e ainda mais ficava teso. Tinha mil escudos gastava dois mil escudos e punha os pais na falência . Tanto um como a outra não produziam nada, só consumiam , mais do que produziam , eram moinantes, e parasitas. Os pais viviam com dificuldades para sustentar assim os filhos e com problemas sérios e complicados. Eles os filhos não se davam muito bem com os pais, nem os pais com os filhos, enfim uma tragédia ou pior uma drama, e a vida cada vez a piorar. Assim é que não podiam viver.

De quem é a culpa?

É dos pais. Porque os filhos são o produto duma educação dos pais. Os pais são os maiores responsáveis quer eles queiram ou não e ppor isso são mais culpados pelos filhos.

Portanto os filhos são o resultado da má educação que os pais lhe deram, porque não souberam educar. Educar não custa, o que custa é saber educar.

Os filhos dão problemas aos pais, também dão problemas aos filhos , por sua vez. Serem pais não custa, o que custa é saberem serem pais, isto é , o mais difícil. Quem não sabe educar nem saberem serem pais , então vale mais não se casarem, ou então não se casem, conclusão desta história, os pais dão maus exemplos aos filhos).

Arremeta-lhe Bocage.

--- Excelente!

Passaram -se vinte e duas semanas, que o poeta Bocage e mais Teresa, conversaram longamente.

No dia 14 de Agosto de 1824, na Rua de São Brás. Bocage estava na varanda da sua casa, quando viu passar uma linda Mulher.

Bocage fez-lhe um sinal com os lábios.

---- Pst, Pst.

Mas ela nada.

E Bocage continuava.

----- Ó Borracho, não me ligas?

E ela na mesma.

----- Sou o Poeta Bocage.

---- Mas ela nem Bocage, nem Poeta, queria lá saber dos poetas.

----- Não me ouves? ---- Perguntou Bocage a essa linda Mulher.

.Ela continuava.

Então Bocage lá da sua varanda , deitou-lhe uma porção de água da varanda abaixo, em cima da cabeça dela. Então ela reagiu.

----- Você é maluco ou faz-se?!

------ Não!---- Diz o Bocage . ----- Eu sou maluco por você.

E ela disse que se fosse tratar .

Então Bocage, descarregou mais água em cima dela, e pôs-se a rir.

------ Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

Parece tolo, dizia ela.

E o Bocage responde.

---- De poetas e de tolos temos todos um pouco.

Então ela respondeu:

----- Mesmo eu.

E Bocage prontamente, lhe diz:

------ Então você é uma exceção?!

E ela muito desembaraçada lhe acrescenta.

----- Sou !

E Bocage como um poeta boêmio, humorista e satírico, com cabelos até à cara, magro e de olhos morenos e um pouco anedota, lhe relata.

---- Ouve lá, tu és quem?

E ela, muito aborrecida, como que o Bocage lhe fez, lhe diz.

---- Quero ver agora, quem vai secar o meu vestido.

E o Bocage muito atencioso mas um pouco de malícia e com outras intenções, afirma.

----- Se quiseres, ir até minha casa, eu seco-te o teu vestido.

---- Mas ironicamente ela automaticamente lhe responde:

----- Pode ser, você é muito gentil, muito obrigado.

E Bocage convencido, já lhe ia fazer esse jeito.

Então ela, lhe acrescenta:

--- Você não vê que eu trocei de si, eu não preciso de você para secar o meu vestido.

E o Bocage zangado concluiu:

---- Sua p ... sua besta, vá para a c ... de sua mãe.

Então é que desta vez ela começou ás gargalhadas.

---- Ih! ih! ih! ih! ih!

E ela como é mais fina do que ele, foi-se embora, para não ouvir palavrões, porque tinha mais juízo do que ele.

E ele então ficou tão triste, como a noite, tão aborrecido como o dia, tão angustiado como o mar, tão nervoso como o rio, tão mole como uma bola.

E ela foi sossegada para a sua casa, mas obsténica como um dia obstinado.

Depois de se passarem vinte e duas semanas, passaram-se meses e meses que um dia o Bocage entrou num convento de freiras e que nesse convento Bocage se atirou a uma freira e despiu-a , quando depois apareceu ele vestido de freira e disse e disse que queria ser freira. Então ele também disse que tinha medo de de dormir sozinha,

então a Madre-Superior disse para um freira dormir com a freira que era Bocage, com astúcia, de malandrice e malícia, começou a apertar com a sua colega freira , apertou-a tanto , que ela quando viu que essa freira tinha dois sexos, começou a fazer um esforço para não se ligar muito ao Bocage, mas de nada valeu. Bocage como era mais forte, pôs-se em cima dela e começou a comer nela, ela não podia mais, e como estava a gostar, então ela começou a gritar com prazer.

Quando a madre, ouviu , ficou preocupada, do que tinha acontecido

à sua irmã e perguntou o que tinha. Então ela respondeu; são os feijões que eu comi ontem e que me fizeram mal. (mas não foi). Então a Madre Superior disse, olha por outra vez não comes feijões se te fazem tão mal.

Mas o ela estava a gostar não era dos feijões , mas sim do Bocage, que lhe estava a fazer mal a ela.

Passaram-se dias e meses e essa freira apareceu grávida. Então a Madre Superior , muito preocupada com o caso, mandou fazer uma especção a todas as freiras e quando calhou no Bocage , foi logo descoberto que não era freira , mas sim que estava disfarçado de freira para se meter com as freiras do convento.

FIM

DE FERNANDO RODRIGO MARTINS

PSEUDÔNIMO DE LUÍS COSTA

OU DE LUÍS MEIRELES

DE SEU NOME COMPLETO António Luís de Meireles Campos Costa

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TÓLU
Enviado por TÓLU em 09/11/2015
Reeditado em 11/07/2016
Código do texto: T5442701
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