SURUBA POÉTICA?


Foi assim! Uma noite chuvosa lá no alto da serra. A coruja cantava
sua cantoria e a gente dançava  ao som da alegria. A panela elétrica tocava um chiado gostoso de gordura fritando pedaços de linguiça, lombo e costelinha defumada. A cebola cortada miudinha, o tomate e o arroz misturado iam embalando nossa conversa. Olha, conversa era o que não faltava! 


Tudo muito alegre, e não poderia ser diferente. Um lugar tão lindo! 
Onde o verde da paisagem se misturava com o
"verde-algazarra" das maritacas.  Um lugar onde o verde da árvore se contrastava com o vermelho suculento das pitangueiras, e o perfume das flores campestres molhadas da chuva se juntavam com o cheiro gostoso vindo lá, da panela. 

Estava tudo perfeito, tudo em sintonia, de vez enquanto uma risada mais forte de uma piada bem contada tirava da noite, a harmonia.
Mas, nada se comparou quando um sapinho se escondendo da chuva adentrou em nossa poesia. Teve gente que se escondeu (Marisa), teve gente que nem se mexeu, (Aline). 
Mas, teve uma amiga de nome (Dilce), que desceu do salto, subiu na cadeira e gritou lá do alto:
Ele ta subindo... Gente, ele ta subindo! 

Naquele instante fiquei a imaginar, o que não pensariam os vizinhos? Uma festa de tantas risadas, tantas cantorias e no final aquele alvoroço, aquela euforia com alguém gritando ele ta subindo...
Para eles, certamente se tratava de uma Suruba Poética!
Para nós nada além que, um p
avor paralisante por causa
de um sapo ficante, em nossa festa. 


 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 03/11/2015
Reeditado em 11/03/2022
Código do texto: T5436915
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