UMA TOALHA BRANCA

NUMA CIDADE DO INTERIOR, MORAVA ROSINHA, MORENA BONITA, BEM FEITA DE CORPO E MUITO FACEIRA, CASADA COM ZELÃO, CABRA MACHO, MUITO FORTE, TODOS NA CIDADE O RESPEITAVAM MUITO.

CERTO DIA CHEGOU NO TREM DA TARDE O QUINCAS, VEIO TRABALHAR COMO CONTADOR NA PREFEITURA. RAPAZ BEM APESSOADO E BEM FALANTE.

CERTO DIA, NUMA FESTA NA PRAÇA, A ROSINHA VIU O QUINCAS, E VICE-VERSA, FICARAM INTERESSADOS UM NO OUTRO, NUMA DISTRAÇÃO DO ZELÃO, ROSINHA TROCOU UMAS PALAVRAS COM QUINCAS, AI A PAIXÃO AUMENTOU AINDA MAIS.

MAS COMO FICAR COM QUINCAS, O ZELÃO NÃO DAVA ESPAÇO. ATÉ QUE UM DIA, ZELÃO ARRUMOU UMA EMPREITA FORA DA CIDADE, IA FICAR TRABALHANDO DURANTE A SEMANA, E VOLTAVA SÓ AOS SABADOS.

ERA O QUE A ROSINHA ESTAVA ESPERANDO. FOI NA PREFEITURA , COM PRETEXTO DE PAGAR UMA CONTA E FALOU COM QUINCAS QUE QUANDO O AMBIENTE ESTIVESSE FAVORÁVEL, ELA COLOCARIA UM TOALHA BRANCA NA JANELA. ELE PODERIA ENTRAR NA CASA DELA, AO ANOITECER.

QUINCAS FICOU DE OLHO, E NO DIA SEGUINTE A TOALHA ESTAVA NA JANELA, ESPEROU ESCURECER, E COM A ILUMINAÇÃO PRECARIA DA RUA, FOI NA PORTA DOS FUNDOS, ONDE ROSINHA O AGUARDAVA. FOI UMA FESTA PARA OS DOIS.

ALGUMAS SEMANAS SE PASSARAM, E DIA SIM DIA NÃO, OS ENCONTROS ACONTECIAM.

UM BELO DIA O ENCARREGADO DA ESTAÇÃO VIU O QUINCAS, COM A PERNA ENGESSADA, ANDANDO COM MULETAS E ALGUMAS ESCORIAÇÕES NO ROSTO E BRAÇOS, E INDAGOU, AONDE VOCÊ VAI TODO QUEBRADO ASSIM. QUINCAS, O QUE HOUVE,

QUINCAS RESPONDEU –AH, FOI POR CAUSA DE UMA TOALHA BRANCA, PEDIU A PASSAGEM E EMBARCOU RAPIDAMENTE NO TREM .

O ENCARREGADO FICOU INTRIGADO E FOI INDAGAR A UM MORADOR BEM ANTIGO DA CIDADE. E ELE LHE CONTOU O OCORRIDO, ONTEM O PATRÃO DO ZELÃO AO TERMINAR O SERVIÇO RESOLVEU CANCELAR O RESTANTE DA OBRA, E O ZELÃO VOLTOU A NOITE PARA SUA CASA, DE SURPRESA, DEU DE CARA COM O QUINCAS . AÍ JÁ VIU, O PAU COMEU .

APESAR DA TOALHA BRANCA ESTAR NA JANELA, ELES NÃO ESPERAVAM QUE ZELÃO CHEGASSE AQUELA HORA DA NOITE.

ZELÃO, MUITO APAIXONADO PELA MULHER, ACREDITOU NAS MENTIRAS DELA, MAS NÃO PERDOOU O QUINCAS, QUE FOI EMBORA DAQUELA CIDADE, JURANDO NUNCA MAIS VOLTAR.

MAURI CANDIDO