ANEDOTÁRIO PARA TODOS 167
FONTE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM
CEFIEL
Centro de Formação Continuada de Professores
Alfabetização e Linguagem
Rede Nacional de Formação Continuada de
Professores de Educação Básica
humor didático.
No guichê da Rodoviária de São Paulo, o português presta atenção na
forma como o brasileiro que está na sua frente pede uma passagem ao vendedor:
- Aparecida, ida.
Finalmente, chega a vez de o português pedir a sua passagem.
Resoluto, certo de que aprendeu como deve proceder, ele se dirige ao
vendedor:
- Ubatuba, uba.
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Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e eleresponde:
- Bicicreta. A professora, então, corrige: - Não é “bicicreta”,
é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo.
Ela tenta com outro aluno:
- Diga um verbo! Ele arrisca: - Prástico. A professora, outra vez, faz a correção: - Não é “prástico”, é “plástico”. E “plástico” não é verbo.
A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno: - Fale um verbo qualquer! - Hospedar. A professora comemora: - Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo. – Os pedar da bicicreta é de prástico.
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Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia de Ouro cresci ouvindo meu pai
contar que alguém de passagem por uma cidade do interior e precisando de um alfaiate pediu informações e lhe foi recomendado um logo ali, muito bom. Ao ver a placa da alfaiataria
disse ao proprietário lamentar muito, que embora lhe tivessem dito se
tratar de um alfaiate de mão cheia, não confiava em alguém que escrevia errado o nome do próprio negócio.
- O acento, o senhor não colocou o acento de águia, Alfaiataria
Águia de Ouro.
O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica:
- Não, senhor, Aguia [agÚia] de Ouro.
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Excelentíssimo Sr. Juiz
Certa vez, ao transitar pelos corredores do fórum, fui chamado por
um dos juízes ao seu gabinete.
- Olha só que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição.
Estampado, logo na primeira linha do petitório, lia-se:
"Esselentíssimo juiz". Gargalhando, o magistrado me perguntou:
- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
- Foi sim - reconheci. Mas onde está o erro ortográfico a que o
senhor se refere ?
O juiz pareceu surpreso:
- Ora, meu caro, acaso você não sabe como se escreve a palavra
excelentíssimo?
Então expliquei-me:
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
Se o colega desejava se referir a excelência dos seus serviços, o
erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia
alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside
apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo então seria
dizer "esse lentíssimo juiz".
Depois disso aquele magistrado nunca mais aceitou, com
naturalidade, o tratamento de excelentíssimo juiz. Sempre pergunta:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como
superlativo de lento?